Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2017
A Operação Lava-Jato já sabia da atuação de amigos do presidente Michel Temer no recolhimento de propinas com empresários antes da delação dos sócios da JBS e do flagrante do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) receber 500 mil reais em dinheiro, em ação gravada pela PF (Polícia Federal).
Em um acordo de delação premiada não concretizado com o MPF (Ministério Público Federal), o sócio da construtora Engevix José Antunes Sobrinho, já condenado a 21 anos de prisão pela Justiça Federal do Rio de Janeiro pelo pagamento de propinas em Angra 3, já apontava o coronel da reserva José Baptista Lima Filho, amigo de Temer, como recebedor de propinas destinadas ao peemedebista.
Conforme o anexo de informações de José Antunes Sobrinho, Lima Filho teria sido diretamente responsável pela indicação do almirante Othon Pinheiro da Silva “junto a Temer e para a manutenção dele como presidente da Eletronuclear”. Silva foi condenado a 43 anos de prisão por corrupção, lavagem, evasão e organização criminosa nas obras de Angra 3. “Othon esteve com Lima em reuniões com Michel Temer, conforme relatado diversas vezes ao colaborador por Lima”, disse.
Carregador de malas de dinheiro da JBS endereçadas a políticos, o contador Florisvaldo de Oliveira detalhou à PGR (Procuradoria-Geral da República), em depoimento gravado em vídeo, a suposta entrega de 1 milhão de reais em espécie ao coronel Lima Filho em 2014, em “uma caixa grande”.