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Política Nos últimos 20 dias, o presidente Michel Temer recebeu duas vezes em seu gabinete o diretor-geral da Polícia Federal sem a presença do ministro da Justiça, o que gerou dúvida

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Segovia terá que trabalhar interna e externamente para que esses encontros não ponham em xeque a isenção da poderosa máquina de investigação que a PF se converteu ao longo das últimas duas décadas. (Foto: AE)

No Brasil, a relação entre presidentes da República e diretores-gerais da PF (Polícia Federal) costuma ser mediada pelo ministro da Justiça, ao qual a PF responde. Reuniões de três partes foram comuns nos últimos anos.

Sob o ministro José Eduardo Cardozo (2011-16), o então diretor-geral da PF Leandro Daiello era levado pelo ministro ao Planalto, e as reuniões entre os dois e Dilma Rousseff foram “muitas”, segundo uma autoridade. Mas são consideradas raras (não mais que três) as vezes em que Daiello esteve com Dilma sem o ministro.

Sob Márcio Thomaz Bastos (2003-07), a regra era que os contatos (frequentes) com o então diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, fossem feitos sempre pelo ministro, que depois informava ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva o necessário.

Nos últimos 20 dias, o presidente Michel Temer recebeu duas vezes no gabinete o diretor-geral da PF, Fernando Segovia, sem o ministro da Justiça, Torquato Jardim, o que gerou dúvida.

 No último dia 15, Segovia saiu do encontro dizendo que a pauta eram assuntos administrativos na PF, como a criação de uma categoria de nível médio para tarefas de menor complexidade.

No dia 29, os dois voltaram a se reunir no Planalto. A PF afirma que o ministro foi comunicado previamente das reuniões, preferiu não comparecer e nunca vetou os encontros. Nos lados do Ministério da Justiça, a informação extraoficial é que foi estabelecida uma ligação direta entre Temer e Segovia, da qual Jardim procura se eximir.

Acerca dos encontros, Segovia disse por meio da assessoria: “Fui convocado pelo dirigente máximo da República e por isso resolvi comparecer. A todas as outras reuniões a que for convocado, comparecerei”.

Embora um encontro assim seja uma oportunidade para Segovia brigar por ganhos institucionais na PF, há riscos embutidos no relacionamento direto em especial o de quebra de hierarquia, estimulando um cenário no qual a PF responderia diretamente ao presidente, tornando o ministro peça de decoração no tema.

Segovia terá que trabalhar interna e externamente para que esses encontros não ponham em xeque a isenção da poderosa máquina de investigação que a PF se converteu ao longo das últimas duas décadas.

A exemplo de todas as principais reuniões do presidente da República, as audiências com a PF não são gravadas pelo menos não oficialmente. Sem os áudios, não há como haver acompanhamento independente do assunto tratado, restando versões das partes.

Em uma cidade sacudida por escândalos como Brasília (na qual o entorno presidencial e o próprio Temer são alvos de investigações), meras suspeitas, ainda que infundadas, podem trazer sério prejuízo à imagem de instituições e autoridades.

Troca de diretoria

Em dezembro, o delegado-chefe da Polícia Federal de Santos (SP), que investigava o esquema de Michel Temer no Porto de Santos foi substituído. Baida Filho recebeu uma ligação do diretor-executivo da Superintendência da PF de São Paulo, Lindinalvo Alexandrino de Almeida Filho, número dois na hierarquia paulista, informando que ele seria substituído do posto. Baida Filho está de férias nos EUA.

O porto é área tradicional de influência do presidente Michel Temer. Ele é investigado pelo suposto favorecimento da operadora de terminais Rodrimar, por meio da edição do Decreto dos Portos. Em troca, haveria o pagamento de propina. O negócio teria sido intermediado pelo ex-assessor da presidência, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), filmado com uma mala com R$ 500 mil de propina da JBS.

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