Domingo, 08 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Os governadores estaduais devem explicar o motivo pelo qual ficaram por cinco anos calados diante da ausência de repasses da União, calculados em 21 bilhões por ano. Referem-se a 20 por cento da parcela que cabe da Desvinculação das Receitas da União. O mecanismo permite a Brasília usar livremente parcela de todos os tributos federais mas deve beneficiar também os estados. Só recentemente os governadores apelaram ao Supremo Tribunal Federal. Confronto direto com o Ministério da Fazenda é tática que os estados evitam com medo de represálias. Comportamento do período imperial, encerrado há 129 anos.
Pesos diferentes
O governo federal é extremamente rigoroso e não de agora. A 16 de junho de 1988, o ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, determinou que estados e municípios em atraso no pagamento de dívidas externas, com aval do Banco do Brasil, estavam com as contas bloqueadas em todas as instituições financeiras do país.
Dados reveladores
Esta semana, houve a divulgação de pesquisa sobre a importância da Previdência Social para os brasileiros. O que mais surpreendeu: 1) a reforma foi defendida por 43 por cento dos entrevistados. Os parlamentares em Brasília não captaram a mensagem. 2) A maioria acredita que o sistema é sustentável e desconhece que ele já gasta mais do que arrecada. Só para lembrar, o déficit da Previdência, em 2017, chegou a 268 bilhões de reais.
Resumindo
Adiar a reforma da Previdência vai penalizar a população jovem do país, que não terá quem financie suas aposentadorias. O tema não pode ficar fora da pauta dos candidatos à Presidência da República. Precisão mostrar que conhecem a crise e têm os números na ponta da língua. Se vierem com as tradicionais sugestões demagógicas, na base do “vou resolver quando chegar lá…”, revelarão publicamente a irresponsabilidade. Não merecerão a atenção e, muito menos, o voto.
Fatias do bolo
Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que MDB, PT e PSDB receberão, juntos, 632 milhões de reais (36,8 por cento) do fundo para campanha neste ano. Os demais 32 partidos registrados na Corte ficarão com o restante, 1 bilhão e 80 milhões (63,2 por cento). O recado aos que reclamarem do critério de distribuição: cresçam e apareçam.
Mais um arranjo
O financiamento de campanhas eleitorais com dinheiro público comprova que o Tesouro Nacional é fonte generosa para tudo. Candidatos percorrerão regiões pobres do país, fazendo promessas e contando histórias, com o alto patrocínio do dinheiro recolhido de impostos. Tenha-se paciência…
Para identificar
O Tribunal de Contas do Estado enviará à Justiça Eleitoral, no começo de agosto, a lista de gestores públicos que poderão ser impedidos de disputar cargos em outubro. São políticos que tiveram as contas julgadas irregulares. É a forma de coibir o voto dos que preferem ratificar o sistema corrupto e perverso.
Quem responderá?
Para integrar o arquivo de perguntas aos presidenciáveis: quando o governo federal esgotará a capacidade de pagar juros para rolar sua imensa dívida?
Só neste ano, a conta vai ultrapassar 400 bilhões reais.
Ruído na comunicação
Está difícil para o candidato Eduardo Leite justificar que é a favorável à privatização de estatais, depois de ter rejeitado o projeto de antecipação do plebiscito.
Lá e cá
A Câmara Municipal de Santa Maria criou uma comissão para acompanhar a Operação Tapa Buracos. Os vereadores de Porto Alegre precisam esperar que as máquinas sejam movimentadas.
Pressão pouco representativa
O futuro do Rio Grande do Sul não pode depender só de decisões tomadas a partir de lágrimas e aplausos das galerias da Assembleia Legislativa.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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