Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2019
O general Hamilton Mourão, presidente da República em exercício, declarou nesta quinta-feira (24) que “por enquanto” não é favorável à privatização dos Correios. Mourão falou sobre o assunto ao ser indagado por jornalistas após um evento alusivo aos 356 anos dos Correios e de homenagem ao Dia do Carteiro.
Na solenidade, realizada em Brasília, o militar gaúcho lembrou o tempo em que trocava cartas com a namorada, que se transformou em esposa, e também ressaltou que o costume era comum entre os seus amigos.
Durante a campanha eleitoral de 2018, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a empresa estatal “tinha grande chance” de ser privatizada caso ele fosse eleito. “Os Correios têm grande chance de entrar sim [nas privatizações], até porque o seu fundo de pensão foi simplesmente implodido pela administração petista”, disse o então candidato.
“Os Correios têm muitas reclamações, diferentemente do passado. Então, os Correios, tendo em vista a não fazer um trabalho, aquilo que eu acho que nós poderemos estar recebendo, podem entrar nesse radar da privatização”, acrescentou.
Os Correios são vinculados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicação. Em dezembro de 2018, já anunciado como titular da pasta, o ministro Marcos Pontes declarou que a privatização da estatal “por enquanto” não estava na pauta do governo.
A administração de Bolsonaro dá continuidade ao programa de privatização e concessões na área de infraestrutura iniciado no governo de Michel Temer. A maior participação da iniciativa privada nessa área é uma das bandeiras de Bolsonaro.
O ex-presidente da República Michel Temer, durante o seu governo, chegou a avaliar a proposta de privatizar os Correios. Mas a ideia foi deixada de lado em maio do ano passado.
Antes, diante das dificuldades financeiras da estatal, o então ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) havia afirmado que “a privatização do todo ou de parte dos Correios” seria o caminho caso não fosse possível cortar gastos para sanear a empresa estatal.
No momento em que o governo passado analisou a privatização, a estatal enfrentava situação financeira delicada e vinha de quatro anos seguidos de prejuízo. Apenas entre 2015 e 2016, as perdas da empresa somaram R$ 3,6 bilhões.
Em maio do ano passado, Kassab afirmou que o governo Temer havia desistido da privatização da estatal e que essa discussão ficaria para o próximo governo, que tomou posse em janeiro.