Quarta-feira, 08 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2019
O coronel José Luís Silva, que era o adido militar da embaixada do país em Washington (EUA), rompeu com Nicolás Maduro e declarou apoio ao presidente da Assembleia Nacional Venezuelana, deputado Juan Guaidó. Para o Ministério da Defesa da Venezuela, o coronel se subordinou aos interesses internacionais e praticou “um ato de traição e covardia com o pátria”.
A nota do Ministério da Defesa e o vídeo do coronel foram divulgados nas redes sociais. No vídeo postado no Twitter de Guaidó, dirigindo-se aos venezuelanos e aos integrantes das forças armadas, Silva reconhece o deputado “como único e legítimo” presidente da Venezuela. Afirma ainda que nenhum cidadão e nenhuma instituição da Venezuela estão acima da Constituição.
Guaidó agradeceu o apoio de Silva: “Damos as boas-vindas a ele e a todos aqueles que sinceramente querem se unir à Constituição e à vontade do povo venezuelano”. O deputado se autoproclamou presidente interino venezuelano e prometeu fazer eleições gerais.
Redes sociais
O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, usa as redes sociais de forma incansável para se comunicar com os diplomatas venezuelanos que estão no exterior e informá-lo que ele é o novo mandatário do país. Paralelamente, recebe mensagens de apoio de líderes políticos estrangeiros.
Políticos norte-americanos postaram mensagens na conta pessoal do Twitter de Guaidó, como o senador Dick Durbin, informando sobre a disposição de prestar ajuda humanitária à população venezuelana.
Na quinta-feira (24), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou por meio do secretário de Estado, Mike Pence, o repasse de US$ 20 milhões. O anúncio foi feito durante a sessão extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Em 33 localidades, sobretudo em Caracas, segundo a organização não governamental OVCS (Observatório Venezuelano de Conflito Social), há manifestações contrárias ao governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e confrontos com os agentes do Estado.
De acordo com a ONG, os registros de violência são contínuos. A entidade menciona também prisões arbitrárias e pressão. Ontem, a OVCS postou imagens de dois jovens que teriam sido baleados durante os protestos e mortos.
Na quinta, durante a sessão extraordinária da OEA o secretário-geral da entidade, Luis Almagro, e vários dos presentes apelaram para o fim da violência nos protestos em cidades venezuelanas.
Lealdade
Comandantes militares de várias regiões da Venezuela vieram a público, na quinta-feira (24), para jurar lealdade ao presidente Nicolás Maduro, que reconhecem como chefe em exercício constitucionalmente eleito. Até a publicação desta reportagem, ao menos sete comandantes já tinham se pronunciado. Ao falar, cada um deles estava cercado por subordinados – alguns, por centenas de militares.
“Juramos lealdade à pátria, à Constituição e às leis da República”, disse o general Manuel Gregório Bernal Martínez, comandante da região que reúne os estados de Mérida, Táchira e Trujillo.
“Somos um país soberano, com autodeterminação. Somos um país democrático cujo presidente é eleito apenas por seu povo, que é soberano em relação às decisões do destino de nossa pátria e, por meio do voto livre e secreto, elegeu o cidadão Nicolás Maduro Moros como presidente”, acrescentou o general.