Terça-feira, 07 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 2 de abril de 2019
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que irá atender de forma diária os deputados federais para negociar a aprovação da reforma da Previdência. “Estou pronto ao diálogo, na medida do possível eu atendo os parlamentares. Vamos, a partir de agora, deixar pelo menos meio dia da minha agenda no Brasil aos congressistas”, declarou.
Segundo o presidente, pontos como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e a aposentadoria rural poderão ser modificados no Congresso. “A bola está com eles. A bola está com o Legislativo agora”, disse. Bolsonaro justificou a mudança nas regras de aposentadoria rural, com aumento de idade e de contribuição para se ter o benefício, como um mecanismo para se combater fraudes.
O presidente criticou ainda a metodologia utilizada pelo IBGE para medir o desemprego, que teve uma alta no último mês. “É uma coisa que não mede a realidade”, queixou-se. O presidente voltou a enfatizar que as Forças Armadas já deram uma importante cota de contribuição quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reestruturou a carreira militar em 2001, com a Medida Provisória 2215.
Ele negou que a nova proposta de reformulação da carreira, enviada juntamente com a proposta de reforma da Previdência dos militares, possa prejudicar a tramitação da emenda constitucional sobre o tema. “Nada a ver. Militar não é Previdência. Eu sou suspeito para falar porque sou capitão do Exército. Mas a vida é completamente diferente. Militar trabalha 24 horas por dia, tem situações extraordinárias da tropa, GLO, missões, as mais variadas possíveis. A única reforma da Previdência feita em 2000 foi a nossa. Ele mandou a nossa via medida provisória”, disse o presidente após um jantar em Israel no qual comeu pizza.
Ao destacar a possibilidade de investimentos de Israel no Brasil, Bolsonaro aproveitou para mencionar a necessidade de aprovação da reforma. “Agora, o Brasil tem que mostrar que está fazendo o dever de casa, ter nossas contas equilibradas. E a reforma da Previdência é necessária para isso. Reequilibrando as nossas contas, investimentos irão para o Brasil.”
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse que tanto ele quanto o deputado Eduardo (PSL-SP), seu irmão, agirão “como soldados” em favor da aprovação da reforma.
A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) demonstrou otimismo com a entrada do ministro da Economia, Paulo Guedes, na articulação política. “Paulo Guedes, quando abre a boca e fala, não tem quem não se convença”, afirmou. Segundo a parlamentar, a avaliação dos aliados do presidente é de que “o clima está muito bom” e que a reforma da Previdência vai ser aprovada rapidamente na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.