Segunda-feira, 19 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2019
Dando continuidade ao quadro “Não tá tudo bem, mas vai ficar” do Fantástico, da TV Globo, sobre depressão, o programa Encontro com Fátima Bernardes levou o tema para debate na manhã desta segunda-feira (5).
Liderado pelo médico Dráuzio Varella, o quadro teve, entre os entrevistados, a cantora Paula Fernandes. A artista foi também uma das convidadas do programa matutino da emissora e deu mais um relato da fase em que sentiu uma depressão mais severa. Fernandes revelou que pensou em tirar a sua própria vida.
“Escolhi a janela. Eu ia pular, porque estava tomada. É como se você não enxergasse um palmo à frente. Você desiste de tudo. Não vê possibilidade, perspectiva de nada. Achava que tinha sido derrotada…”, afirmou a cantora, que foi salva pela mãe, Dulce de Souza.
“Abracei a minha mãe. Aquele momento, eu jamais vou esquecer. Foi a minha mãe que me salvou”, detalhou a artista. Fernandes disse que a mãe afirmou, naquele momento, que pularia da janela junto se a filha fizesse isso.
Na série de reportagens, a dona do hit “Juntos e Shallow now” contou que sentiu os primeiros sintomas da doença aos 16 anos, mas a artista achava que era algum problema cardíaco:
“Dor de cabeça, taquicardia. Achei que estava com problema cardíaco: ‘Meu Deus! Tenho que ir ao médico’… Passava o dia inteiro tremendo no sofá. Tinha dia que eu tinha crise de taquicardia que parava no hospital com não sei quantos batimentos por segundo. Achava que ia morrer. E uma falta de ar absurda.”
A depressão paralisou a artista, que se viu incapaz de comprar um pão sozinha.
“Eu não entendia porque não tinha consciência ainda. Quando a minha depressão chegou no ápice – de 0 a 10 chegou a 9 -, o meu cabelo já tinha caído bastante, perdi 7 kg num espaço de tempo curtíssimo, porque eu já não comia.”
Cura
Pelo Instagram, a sertaneja publicou uma série de vídeos com o desabafo e respondeu perguntas dos fãs. “Eu percebi tinha alguma coisa diferente, mas não entedia que era depressão. Eu tinha meu preconceito. Só tinha 18 anos e não podia imaginar que eu tinha depressão. Sentia muita tristeza, era muito pessimista, muito negativa, via a vida muito em preto e branco, muito melancólica”, contou.
Ela contou o que fez para se curar. Afirmou que o tratamento foi realizado em diversas frentes: “Fiz uso de medicamentos, acompanhamento com psiquiatra, faço terapia até hoje e indico para todo mundo”, revela. “O pior de tudo é que eu não aceitava. Como assim, eu como 18 anos vou ter depressão. Criança tem, adulto tem, velhinho tem. Isso não tem raça, cor, distinção”, enfatizou a cantora.
Segundo contou, ela atribui à timidez excessiva ao quadro de depressão. “Sofri muito. Fui antipatizada por isso, por minha seriedade. Eu não sorria. Às vezes estava com tanta timidez e vergonha, cheia de complexo e medo, e não conseguia me expor da forma que eu gostaria. Isso me atrapalhou. Venci isso há poucos anos e superar essa minha dificuldade social”, explicou.
Paula mandou um recado para quem ainda enfrenta a doença: “Busque-se. Encontre-se. Busque o que você quer ser. Descubra o que você quer ser. A gente tem que se realizar. Por muito tempo fui muito infeliz. Eu adoeci por infelicidade. A minha depressão foi causada por infelicidade. E é possível vencer. Eu estou curada da depressão.