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Brasil Alguns economistas veem sinais de recuperação no País; outros avaliam que a queda da Selic ainda não é suficiente para estimular investimentos

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Crise sanitária dificulta planos de expansão das empresas. (Foto: Marcos Santos/USP Imagem)

Se existe quase um consenso entre os economistas ao aprovarem a continuidade do corte dos juros básicos, os efeitos práticos da queda da Selic na recuperação da economia não são tão claros. Enquanto parte deles vê sinais de aumento de concessão de crédito, outros avaliam que o desemprego elevado e a demanda fraca ainda inibem investimentos e gastos das famílias. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.

O economista Sergio Werlang, da EPGE/FGV (Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas), é um dos que defendem que os juros básicos no patamar mais baixo da série histórica já causam efeitos positivos visíveis, apesar de a recuperação após a recessão seguir a passos lentos.

“O corte de juros é o canal clássico de política monetária. Para a continuidade da retomada da economia, é essencial que a taxa de juros de curto prazo siga seu rumo esperado, isto é, que o Banco Central continue cortando pelo menos mais duas vezes a Selic até que ela chegue a, ao menos, 5% ao ano.”

Everton Pinheiro de Souza Gonçalves, superintendente da ABBC (Associação Brasileira de Bancos), ressalta que os efeitos da taxa de juros mais baixa podem ser sentidos nas concessões de crédito para pessoa física com recursos livres (que inclui desde empréstimos convencionais a créditos consignados), que cresceram 5,1% em julho, segundo o Banco Central.

“São alguns sinais de que começa a melhorar e que pode continuar assim, mantidas as condições atuais. A liberação de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) também pode dar um sinal positivo na demanda”, completa.

Cenário nebuloso

Para parte dos analistas, porém, os efeitos dos cortes de juros se perdem em uma economia que anda de lado, porque nem consumidor nem empresários se sentem seguros. Para um, pesa o endividamento e o desemprego em 11,8%; para o outro, a demanda reprimida freia investimentos.

O economista José Luís Oreiro, da UnB (Universidade de Brasília), avalia que não há sinais de recuperação, mesmo com juros em queda. “Basta olhar para as filas de desempregados que se formam nas grandes cidades. A inflação deve fechar, pelo terceiro ano consecutivo, abaixo da meta (em 4,25%, para 2019). Sinal de que a política monetária está conservadora demais. Os juros básicos poderiam estar em 3,5% ao ano e a economia teria mais espaço para reagir.”

O ex-diretor do Banco Central e chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia, da FGV, José Júlio Senna, lembra que a sabedoria econômica ensina que é possível levar um cavalo até um riacho, mas não se pode obrigá-lo a beber água.

“A economia brasileira está enfrentando o mesmo dilema das economias desenvolvidas, em que as políticas de corte de juros não se refletem em aumento da demanda. As pessoas acumulam dívidas e incertezas e evitam tomar risco”, diz.

Já Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, avalia que a queda de juros é positiva, embora efeitos robustos só devam começar a ser observados em 2020. “Além disso, é preciso que se continue a pensar em políticas de queda do spread bancário (a diferença entre os custos para o banco captar recursos e o que ele cobra do consumidor).”

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