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Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2019
Doenças cardíacas podem ser consequência do diabetes, mas o problema parece não gerar tanta preocupação assim. Uma pesquisa de 2017 feita pelo Ibope Inteligência mostrou que, no Brasil, o maior medo dos diabéticos em relação à doença é amputar algum membro do corpo, indicado por 32% deles. Ter alguma enfermidade cardiovascular, que inclui enfarte e acidente vascular cerebral (AVC), era o temor de apenas 3%.
Um estudo mais recente, realizado entre maio e junho deste ano, revelou que, embora 62% dos brasileiros com diabete tipo 2 tenham sido diagnosticados há mais de cinco anos, 90% deles sentem falta de mais informações durante o tratamento.
O levantamento indicou também que 80% desse grupo apresenta pelo menos um dos indícios de possível comprometimento cardiovascular: tontura, dores no peito e nas pernas, falta de ar ou palpitação no peito. Ainda assim, para 60% deles, as informações relacionadas ao coração foram insatisfatórias ou não mencionadas pelos médicos na última consulta para controle da diabete.
Para alertar a população em geral e, principalmente, aqueles que vivem tendo de controlar a glicemia, a campanha Quem Vê Diabetes Vê Coração, em parceria com a ADJ Diabetes Brasil, vai realizar exames gratuitos de glicemia (ponta de dedo) e colesterol na Avenida Paulista, na altura do Conjunto Nacional, entre esta sexta-feira (27), e domingo (29). O último dia coincide com o Dia Mundial do Coração.
Além dos testes de saúde, a ação vai levar jogos educativos sobre a relação da diabete com doenças cardiovasculares e uma exposição de fotografias produzidas por pessoas com diabete. O marco da ação será uma ampulheta gigante para simbolizar a importância do tempo na luta contra a falta de informação sobre o assunto.
Cáries
Nas manhãs de quarta-feira, a clínica de Odontologia do Hospital Universitário de Brasília recebe pacientes que, além do tratamento dentário, fazem acompanhamento do diabetes. A relação da doença endocrinológica com problemas bucais é uma das mais bem-estabelecidas em pesquisas que investigam o impacto da periodontite e das cáries no organismo como um todo e vem sendo estudada há mais de meio século. O Projeto Diabetes, iniciado em 2005, não apenas presta um serviço clínico à população, mas tem ajudado a entender melhor os mecanismos por trás dessa associação e já resultou em artigos publicados em revistas científicas internacionais.
Dez professores, cinco especialistas e 10 pós-graduandos participam do projeto de extensão, que atende a uma média de 100 pacientes. “Quando começamos, era um projeto bem menor. Mas percebemos que ele não poderia se resumir ao atendimento clínico. Por isso, foram sendo inseridas diferentes abordagens científicas”, explica a coordenadora, professora Maria do Carmo Machado Guimarães. Ela conta que, atualmente, há nove pesquisas em andamento. Algumas tiveram resultados preliminares publicados e apresentados em congressos, enquanto outras estão em fase de publicação.