Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de fevereiro de 2020
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sorteado relator do pedido de impeachment do ministro da Educação (MEC), Abraham Weintraub, protocolado na última semana por um grupo de deputados e senadores. Como motivos para a perda de mandato a petição lista uma série de episódios recentes protagonizados por Weintraub, como os problemas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o fato de o MEC não ter empenhado o dinheiro do fundo da Lava-Jato.
“Desde logo, ressalte-se que a denúncia não configura pedido de revisão de atos da Administração Pública, dotados de discricionariedade, mas, sim, de pedido de responsabilização de agente público por atos contrários às leis e à Constituição”, diz o documento.
Segundo a peça, “não pode um Ministro de Estado agir de forma contrária às finalidades do órgão que comanda, promovendo verdadeiro desmonte”.
Em uma versão preliminar do texto, os parlamentares afirmavam que “muitas condutas omissivas” do ministro devem ser responsabilizadas por levarem ao “desmonte” da pasta.
O primeiro motivo apontado é o que eles classificam como “eloquente ineficiência do Ministro da Educação quanto à gestão das políticas de alfabetização, apontada como uma das grandes metas nos 100 dias do Governo e posteriormente ignorada”. O documento ainda afirma que o Plano Nacional de Educação “simplesmente não tem sido observado, com absoluta precariedade na prestação de contas”.
Fim do Enem
Depois das confusões no Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, o Ministério da Educação quer substituir o Exame em provas distribuídas nos três anos do ensino médio regular. Tecnicamente, significa o fim do Enem.
As notas do novo exame nacional diluído comporiam a nota do estudante para disputar vagas no ensino superior. A ideia é começar a aplicação para alunos do 1° ano já em 2021 e ampliar de forma gradual.
Na imprensa, o destaque é para “o cronograma inicialmente traçado prevê a incorporação das turmas de 2º ano em 2022 e as de 3º ano em 2023, quando todo o ciclo regular do ensino médio estaria sendo atendido. Escolas públicas e privadas passariam pelo exame seriado”.
A informação é de que “áreas técnicas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) foram informadas da proposta para analisarem a viabilidade de sua implementação. As mudanças seriam feitas paralelamente aos planos de introduzir de forma gradual o Enem digital, anunciado no ano passado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub”.