Quarta-feira, 08 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 7 de julho de 2020
A Índia superou nesta terça-feira (7), a marca de 20 mil mortes atribuídas oficialmente à pandemia do novo coronavírus, que levou Mumbai a abrir quatro novos hospitais de campanha. A epidemia também é particularmente agressiva nas grandes cidades indianas de Mumbai, Nova Délhi e Madras.
De acordo com os especialistas, o pico da epidemia não será alcançado antes de várias semanas, apesar de o país ter ficado dois meses em confinamento, do fim de março até o início de junho. Em Mumbai, que representa sozinha quase 25% das 20.160 mortes, as autoridades inauguraram nesta terça quatro hospitais de campanha adicionais para receber pacientes.
As novas infraestruturas acrescentam 3,5 mil leitos à megalópole de 20 milhões de habitantes, onde os hospitais tradicionais estão saturados há várias semanas pelo grande fluxo de enfermos. O município reivindicou vários espaços públicos nos últimos meses para transformá-los em instalações de saúde.
Na segunda (6), a Índia se tornou o terceiro país do mundo em número de casos declarados, superando a Rússia e atrás apenas dos Estados Unidos e Brasil. O país tem, até o momento, 719.665 casos confirmados de Covid-19.
Apesar do fim do confinamento no início de junho, muitas restrições de saúde permanecem em vigor na segunda nação mais populosa do planeta e os voos internacionais estão proibidos desde março.
Transmissão pelo ar
Diante de controle nos números de casos do novo coronavírus (SARS-CoV-2), vários países e regiões estão reabrindo comércios e flexibilizando o isolamento social. Inclusive, trabalhadores retomam aos escritórios e alguns estudantes têm data marcada de retorno às escolas e universidades. No entanto, essas medidas são realmente seguras? Nem sempre, já que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu “evidências emergentes” de transmissão pelo ar da Covid-19. Isso significa que são necessários mais cuidados em ambientes fechados.
Em coletiva de imprensa nesta terça, a especialista da OMS, Benedetta Allegranzi, afirmou que a transmissão aérea “é uma possibilidade entre os modos de transmissão” do novo coronavírus. No começo desta semana, em carta aberta à OMS, 239 cientistas de 32 países pediam o reconhecimento do “potencial significativo” de propagação pelo ar do vírus.
De acordo com o texto dos cientistas, o coronavírus pode se propagar de forma diferente em ambientes fechados, onde uma gotícula contaminada pelo vírus pode viajar “dezenas de metros”. Inclusive, essa distância é muito maior em ambientes fechados e sem ventilação, do que em áreas abertas.
“Existe um potencial significativo de exposição por inalação a vírus em gotículas respiratórias microscópicas (microgotas) a curtas e médias distâncias (até vários metros, em ambientes fechados e sem ventilação), e defendemos a utilização de medidas preventivas para mitigar esta via aérea de transmissão”, afirmaram pesquisadores sobre a importância do alerta da OMS.