Quinta-feira, 24 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2020
O frigorífico Tönnies, no Estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, foi fechado por 14 dias, no sábado (20), depois que 1.029 de seus empregados apresentaram resultado positivo nos exames da Covid-19. No total, já foram registrados 3.127 casos de coronavírus no maior estabelecimento do gênero na Alemanha.
Na sexta-feira (19), foi anunciado que todos os 6.500 empregados da fábrica em Rheda-Wiedenbrück deveriam entrar em quarentena, juntamente com as pessoas com quem vivem.
Segundo o conselheiro estadual do município de Gütersloh, Sven-Georg Adenauer, o Tönnies não foi capaz de fornecer os endereços de todos os seus empregados, e a confiança na empresa é “igual a zero”. O governador Armin Laschet declarou tratar-se do maior surto no estado, até agora, e não exclui adotar medidas de isolamento de âmbito regional.
Os casos de coronavírus em frigoríficos alemães vêm gerando debate, tanto sobre as condições de trabalho nos estabelecimentos, como sobre a qualidade da carne produzida. O governo alemão quer impor regras mais rígidas ao setor, enquanto sindicatos criticam a terceirização do abate pelas empresas.
Infecções locais
Autoridades nas regiões alemãs de Goettingen e Renânia do Norte-Vestfália pediram que a polícia aplique medidas de quarentena depois de um aumento em infecções locais de coronavírus e problemas para fazer as pessoas aderirem às regras de isolamento.
Autoridades sanitárias precisaram da polícia para manter condições de isolamento em um bloco de apartamentos em Goettingen, depois de um tumulto, no sábado, onde por volta de 700 pessoas estavam em quarentena.
“Aproximadamente 200 pessoas tentaram sair, mas 500 pessoas cumpriram as regras de quarentena”, disse o chefe de polícia de Goettingen, Uwe Lührig, em uma entrevista coletiva, neste domingo.
As brigas deixaram oito policiais feridos, após moradores tentarem atacar oficiais da lei com garrafas, fogos de artifícios e barras de metal, disse Lührig.
Oficiais da Renânia do Norte-Vestfália forçaram 6.500 funcionários e suas famílias a cumprirem quarentena no começo desta semana, depois de mais de 1.000 funcionários da empresa de processamento de carne Toennies testarem positivo para coronavírus.
Armin Laschet, premier do estado da Renânia Norte-Vestfália convocou oficiais consulares da Polônia, Bulgária e Romênia para mobilizar tradutores para persuadir funcionários de uma fábrica local de processamento de carne a cumprirem o novo isolamento.
“Há 1.300 propriedades onde moram funcionários e suas famílias e onde precisamos cumprir as regras da quarentena”, disse Laschet, em uma entrevista coletiva, neste domingo, explicando que a polícia local e oficiais públicos estavam ajudando.
A Alemanha tem sido considerada como uma história de sucesso na Europa em termos de conter o coronavírus, mas as infecções estão crescendo novamente.
A taxa de reprodução de infecções pelo vírus no país pulou para 2.88, baseada em uma média de quatro dias, disse o Instituto Robert Koch (RKI) de saude pública, muito acima do nível necessário para conter a pandemia no longo prazo.
No total, o país relatou 189.822 infecções confirmadas por laboratório e 8.882 mortes por Covid-19, disse o RKI. As informações são da emissora internacional de notícias da Alemanha Deutsche Welle e da agência de notícias Reuters.