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Brasil A alta do dólar deve aumentar os preços da gasolina, dos alimentos e dos eletroeletrônicos: os economistas já preveem um impacto de mais 0,5% na inflação brasileira

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A cotação da moeda dos Estados Unidos está na casa dos R$ 3,50, valorização de quase 11% em relação ao início do ano. (Foto: Reprodução)

A alta do dólar deve provocar aumento de preços de combustíveis, alimentos e eletroeletrônicos e economistas já preveem impacto de até mais 0,5 ponto percentual no resultado fechado do ano da inflação, cujas previsões giram em torno dos 3%. Isso se a cotação da moeda americana se mantiver no patamar atual, nas casa dos R$ 3,50 – valorização de quase 11% em relação ao início do ano ou mais R$ 0,30. Mas, ainda que o movimento seja de alta, os analistas não veem risco de descumprimento da meta estabelecida pelo BC (Banco Central), que é de um IPCA de 4,5% para 2018.

“É claro que, apesar da demanda fraca, se o dólar se consolidar num patamar mais alto, os R$ 3,50 ou pior, em função do cenário externo e da incerteza política tivermos novas desvalorizações, as projeções para o IPCA tendem a subir, pelo menos bem mais do que as projeções indicavam antes. Ou seja, o tal do ‘novo’ normal de IPCA de 3%, infelizmente já era”, avalia Luiz Roberto Cunha, economista da PUC-Rio.

Segundo os economistas, o impacto mais imediato deve ocorrer no preço da gasolina, já que a Petrobras revisa diariamente os valores cobrados nas refinarias, considerando, entre outras variáveis, o câmbio e o preço do barril de petróleo no mercado internacional, que também tende a crescer com a valorização da moeda americana. Os preços do milho e da soja, cotados no mercado externo, em dólar, também devem sofrer reajustes e impactar seus derivados, como pães, biscoitos, macarrão, óleo e ração animal. Produtos que têm componentes importados em sua fabricação, como eletroeletrônicos, também podem sofrer aumento de preços. À exceção da gasolina, os demais preços só devem aumentar no segundo semestre, porque ainda estão sendo escoados produtos sob a vigência do câmbio mais baixo do primeiro trimestre.

“Não fosse o embargo à exportação de frango brasileiro, também teríamos aumento de preços das carnes, mas com a oferta maior no mercado interno, não vamos sentir o efeito dólar, mesmo com a ração animal encarecendo”, ressalta Luis Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC, complementando que, com esses aumentos, o IPCA pode chegar a 3,60% este ano, 0,40 pontos percentuais maior do que a previsão atual do banco.

Alessandra Ribeiro, da Consultoria Tendências, diz que, se o dólar estabilizar no patamar atual, a inflação pode saltar de 3,7%, previsão atual para o ano, para 4,2%.

“Para industriais que exportam é uma boa notícia, mas para a ala da indústria que consome insumos importados e máquinas e equipamentos, que vem crescendo, isso pode ser um freio. Então, a notícia não é tão boa para os investimentos”, complementa a economista.

Segundo os analistas, a pressão inflacionária só não será maior porque o IPCA acumulado em 12 meses está muito abaixo da meta atualmente, em 2,68%, ou seja, tem uma boa folga em relação à meta de 4,5% do BC. E a atividade caminha a passos lentos, assim como o consumo das famílias, freando repasses maiores aos preços.

“Esse susto do dólar é pior em termos de crescimento econômico porque mina a confiança dos agentes econômicos. Ao dar uma sensação de que as coisas não estão bem, restringem consumo e investimentos. O impacto psicológico é maior do que o que será sentido no bolso. Até porque está certo que haverá mais um corte da Selic (taxa básica de juros), de 0,25 (pontos percentuais, para 6,25% ao ano)” diz Leal.

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