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Brasil A Andrade Gutierrez pagou por regalias a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, e outros presos do petrolão

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Podóloga disse que atendeu dentro do presídio o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. (Foto: Paulo Lisboa/AG)

O depoimento de uma podóloga em sindicância que atestou privilégios a detentos da Operação Lava-Jato no Complexo Médico Penal de Pinhais, no Paraná, apontou que a Andrade Gutierrez pagou por regalias a Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras, e outros presos do petrolão.

Andresa Regina Hilgenberg Cavalheri Diogo contou na sindicância feita pelo departamento penitenciário que nos dias 15 e 22 de setembro de 2015 deu expediente no CMP cuidando dos pés dos presos da 6 galeria.

A podóloga disse que atendeu Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, Alexandrino Alencar e Márcio Faria, ex-executivos da Empreiteira Odebrecht, o ex-deputado Pedro Corrêa e mais três outros detentos da Lava-Jato que não são identificados no depoimento.

A Andrade Gutierrez, segundo a podóloga, pagou pelos serviços prestados por ela ao ex-presidente da empreiteira e também a Duque e outros três detentos. Cada tratamento custou 250 reais. “Os serviços prestados a Alencar e Faria foram pagos pela Odebrecht e a advogada de Corrêa pagou pelo tratamento do ex-parlamentar.”

A presença da podóloga no presídio foi autorizada pelo diretor-geral do CMP, Marcos Marcelo Muller, a pedido da advogada de Corrêa.

O ex-deputado tem diabetes e por isso necessitaria de cuidados especiais com os pés. No depoimento, a podóloga disse que Corrêa poderia correr riscos caso não fosse atendido por uma especialista. Os outros detentos tinham demandas mais simples, segundo o depoimento.

A comissão que investigou o caso considerou que o diretor do CMP, Marcos Marcelo Muller, e seu vice, Sérgio Padilha, não comprovaram a necessidade da presença da podóloga no presídio. Por isso, foram afastados do cargo e agora respondem a um processo administrativo disciplinar. Caso condenados, podem receber penas que vão de advertência até a demissão do serviço público.

O agente penitenciário Valdir Calegari também foi implicado na sindicância e responde processo disciplinar por deixar entrar na cadeia produtos proibidos. Uma inspeção nas celas dos presos da Lava-Jato encontrou “alimentação diferenciada dos demais presos”. O relatório da corregedoria diz que “a sindicância comprovou que a alimentação liberada a esses presos incluía castanhas, nozes, frutas cristalizadas, chocolates suíços e frutas exóticas”.

O documento relata que a desorganização no recebimento e armazenamento dos produtos não permitia saber de quem era cada coisa. Também foram encontradas nas celas vestuário diferente do uniforme do presídio. Roupas à paisana são proibidas porque podem facilitar fugas.

Um agente do CMP afirmou, sob a condição de anonimato, que o pavilhão onde estão os detentos da Lava-Jato havia virado uma espécie de ala VIP. Segundo ele, o acesso de agentes e outros presos ao local teria sido limitado.

Conforme esse agente, a ala contava até com um segurança particular temido pelos outros detentos – informação endossada por outros dois policiais.

“Era um ex-policial militar preso por assalto e explosão de caixas eletrônicos que fazia a proteção deles. Ele era encarregado da faxina, um cargo de confiança dado pela chefia de segurança que dá acesso a diversas áreas do presídio”, conta o agente.

Um ex-preso daquele pavilhão relatou, também sob condição de anonimato, que para cultivar a boa convivência com outros detentos, os presos da Lava-Jato fizeram agrados aos colegas de pavilhão, dando presentes como roupas, alimentos e até aparelhos de som e televisão.

Outro lado

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná, responsável pelo Complexo Médico Penal de Pinhais, disse que “o processo corre em sigilo e ainda não foi concluído”.

A Odebrecht afirmou que não há concessão de privilégios aos ex-executivos. “As regras estipuladas são respeitadas.” A Andrade Gutierrez disse que não comentará. O advogado Juliano Breda, que defende o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo, afirmou “que seu cliente nunca usufruiu de privilégio algum e que respeitou todas as regras”. As defesas de Renato Duque e Pedro Corrêa não responderam. (Folhapress)

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