Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2020
Uma equipe de técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) irá até a China inspecionar in loco as fábricas que estão preparando as vacinas contra a covid-19.
Segundo a coluna do jornalista Matheus Leitão, no site da revista Veja, a ideia é que a equipe de inspeção comece os trabalhos no início de dezembro, e demore 30 dias para realizá-los – 15 dias isolados no hotel (que começarão em meados de novembro) após chegar ao país asiático, por exigência do governo chinês, e mais 15 diretamente nas fábricas, a partir do dia 1º do último mês do ano.
Um dos laboratórios que será inspecionado, de acordo com a programação ainda em preparação na Anvisa, é o do
Sinovac Biotech, que recentemente gerou uma crise de grandes proporções no governo Jair Bolsonaro.
O presidente afirmou que não iria adquirir a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa, um dia após o
Ministério da Saúde anunciar a intenção de comprar 46 milhões de doses da vacina.
O chefe da pasta, general Eduardo Pazuello, acabou desautorizado publicamente e o governador de São Paulo,
João Doria, desafeto político de Bolsonaro, atacado mais uma vez durante a pandemia.
Sobre a viagem dos técnicos da Anvisa. A agência disse, por meio de nota, que:
“As inspeções internacionais fazem parte da atividade da Anvisa e são fundamentais para a avaliação de plantas
fabris que fornecem medicamentos com registro no Brasil.
No contexto das pesquisas por vacinas contra o Covid-19, a Anvisa está em processo de certificação das plantas fabris das vacinas de Oxford e da Sinovac/Butantan.
O processo de liberação de inspetores para a inspeção das fábricas está em andamento na Anvisa.
A Certificação de Boas Práticas é uma avaliação in loco das condições e processos da linha de produção de um medicamento ou vacina e tem como objetivo verificar o cumprimento de critérios de qualidade essenciais para um medicamento. A Certificação é um pre-requisito para que um medicamento esteja no mercado.”
Matéria-prima
A Anvisa autorizou nesta quarta-feira (28) a importação de matéria-prima para produção de 40 milhões de doses da CoronaVac, vacina chinesa que deverá ser produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo.
Na semana passada, a Anvisa já tinha liberado a importação de 6 milhões de doses da CoronaVac, que já virão envasadas e prontas para o uso.
A CoronaVac está atualmente na terceira fase de testes. A Sinovac, farmacêutica chinesa responsável pela vacina, ainda não obteve o registro para aplicação do imunizante no Brasil, que não pode ser utilizado na população.
Até momento, apenas dados parciais referentes à segurança da vacina foram apresentados pelo governo de São Paulo, mas eles não foram publicados em revistas científicas.