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Geral A China prende o professor que criticou o presidente do país pela pandemia do coronavírus

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A reação inicial da China à eleição presidencial dos EUA foi muito cautelosa. (Foto: Reprodução)

As autoridades da China detiveram nesta segunda-feira (6) o professor Xu Zhangrun, um dos poucos acadêmicos chineses publicamente críticos ao governo de Xi Jinping. Professor de Direito na prestigiosa Universidade Tsinghua, em Pequim, Xu publicou textos que condenavam a concentração de poder no país e a resposta oficial à pandemia de Covid-19.

Segundo três pessoas próximas ao professor, a polícia apareceu nesta segunda em sua casa, no norte de Pequim, e o levou sob a acusação de se relacionar com prostitutas durante uma visita com alunos à cidade de Chengdu, no sudoeste do país. A prisão teria sido realizada por mais de 20 homens em ao menos 10 veículos. Seu computador e outros itens pessoais foram apreendidos.

Segundo pessoas próximas ao acadêmico, as acusações são falsas e servem de pretexto para acobertar uma perseguição de vozes dissonantes: “É o tipo de calúnia vil que eles usam contra alguém quando querem silêncio”, disse a empresária Geng Xiaonan, amiga do professor, ao New York Times. “Ele previu esse dia (…), tinha algumas roupas guardadas em uma bolsa na porta da frente de sua casa, para que tivesse uma muda de roupa quando fosse levado.”

A detenção de Xu é mais um exemplo dos esforços do governo chinês para reprimir críticas e questionamentos. Desde que Xi chegou ao poder, em 2013, Pequim tem conduzido uma dura campanha contra universidades e editoras para silenciar vozes dissidentes. Na semana passada, o regime impôs a Hong Kong uma controversa lei de segurança nacional que exacerba seu controle sobre a cidade semiautônoma, medida que especialistas afirmam violar as liberdades legalmente garantidas ao território.

A prisão do professor Xu nesta manhã é mais um lembrete, como se fosse necessário, da facilidade e disposição das autoridades chinesas de abusar da lei contra aqueles que expressam visões que não querem que as pessoas ouçam ou leiam”, afirmou Joshua Rosenweig, diretor da Anistia Internacional na China.

O professor ganhou proeminência nacional em 2018, após publicar um texto no qual condenava o governo, sem nomear pessoalmente Xi Jinping, por reduzir ainda mais o já estreito espaço para debates públicos e pela abolição do limite de mandatos presidenciais. Na ocasião, escreveu que “a população do país, incluindo toda a elite burocrática, se sente mais uma vez perdida sobre a direção que o país toma e sua própria segurança pessoal”.

Nos meses e anos seguintes, Xu continuou a escrever artigos condenando e ridicularizando o monopólio do Partido Comunista. Ele foi proibido de lecionar e conduzir pesquisas na Universidade Tsinghua em 2019. Na ocasião, centenas de ex-alunos e acadêmicos de todo o mundo assinaram uma petição on-line pedindo que ele fosse reintegrado.

No início deste ano, o professor criticou a resposta oficial do governo à Covid-19, afirmando que a pandemia havia revelado “o núcleo podre do governo chinês”. Em um texto publicado em maio, reconheceu os riscos que sofria, afirmando poder prever que seria alvo de novas punições e que “esta pode muito bem ser a última coisa que eu escrevo”.

Há alguns meses, Xu havia sido posto em prisão domiciliar e teve seu acesso à internet cortado. Apesar de proibidos na China continental, seus textos circulam ilegalmente pela internet e são bastantes populares. Ele também já publicou diversos livros em Hong Kong, incluindo dois no último ano.

Procurada pelo New York Times, a polícia de Pequim não respondeu a questionamentos sobre a prisão de Xu, assim como a Universidade Tsinghua, onde ele lecionou por mais de 20 anos. O centro de ensino é popular por formar integrantes célebres da alta cúpula do PC, incluindo o próprio presidente Xi Jinping. As informações são dos jornais O Globo e The New York Times.

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https://www.osul.com.br/a-china-prende-o-professor-que-criticou-o-presidente-do-pais-pela-pandemia-do-coronavirus/ A China prende o professor que criticou o presidente do país pela pandemia do coronavírus 2020-07-06
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