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Mundo A cidade mais branca dos Estados Unidos foi parar no centro dos protestos antirracismo

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Manifestações seguem ocorrendo em Portland, no estado de Oregon. (Foto: Reprodução)

A cidade mais branca dos Estados Unidos foi parar no centro dos protestos antirracismoConsiderada uma das cidades mais progressistas dos Estados Unidos, Portland, no Estado de Oregon, transformou-se nas últimas semanas no principal foco dos protestos antirracismo que há dois meses se espalham pelo país.

Em algumas cidades americanas, as manifestações – iniciadas em maio, quando George Floyd, um americano negro, foi morto sob custódia de um policial branco – perderam o vigor ao longo do tempo. Mas, em Portland, os protestos não apenas continuam sendo realizados diariamente desde 29 de maio, como também ganharam ainda mais força recentemente, desde que o presidente Donald Trump decidiu enviar agentes federais à cidade.

A medida foi duramente criticada pelos líderes locais e levou uma multidão às ruas, em um embate que vem ganhando manchetes há vários dias.

A intensidade dos protestos em Portland não surpreende, já que os moradores são conhecidos por seu ativismo. Mas chama a atenção o fato de que a maioria dos participantes das manifestações antirracismo são brancos.

Isso é um reflexo da composição racial de Portland, considerada a mais branca entre as grandes cidades americanas (com mais de 500 mil moradores).

Segundo os dados mais recentes do censo, somente 6% da população de Portland é negra. Enquanto no país inteiro os negros representam 13% da população, no Estado de Oregon eles são apenas 2%.

A homogeneidade racial não ocorreu por acaso, mas é fruto de um passado racista e de políticas adotadas ao longo do século 19 para garantir que a cidade e o Estado fossem habitados somente por pessoas brancas. Essa história contrasta com a imagem liberal que a cidade tem atualmente, e ainda hoje é desconhecida por muitos americanos.

A partir dos anos 1840, moradores de Estados como Missouri começaram a cruzar o país e ocupar o território onde hoje fica o Estado de Oregon, na costa Oeste americana, em terras que, originalmente, pertenciam aos povos indígenas que habitavam a região.

Muitos desses colonos eram fazendeiros brancos que não tinham escravos. Eles não queriam repetir no novo lar as dificuldades enfrentadas em seus Estados de origem, onde tinham de competir com outros proprietários de terras que contavam com trabalho escravo. Por isso, eram contra a escravidão. Mas também não queriam que pessoas negras morassem no território.

Em 1843, os moradores aprovaram a proibição da escravidão em todo o território. Mas, como alguns dos colonos haviam trazido escravos consigo, um ano depois foi aprovada uma emenda à lei estabelecendo um prazo para que todos os negros – escravizados ou livres – deixassem o território.

A emenda permitiu que proprietários de escravos tivessem tempo de se adaptar às novas regras. O prazo para que pessoas negras abandonassem o território era de dois anos para homens e três anos para mulheres. Quem permanecesse após esse período seria punido com açoitamento em público, repetido a cada seis meses, até que fossem embora.

Essa lei foi posteriormente revogada, sem que ninguém tenha sido punido com açoitamento, mas deu início a uma série de medidas que tinham como objetivo impedir que pessoas negras se estabelecessem em Oregon. De 1849 a 1854, vigorou uma lei que proibia “qualquer negro ou mulato de entrar ou residir” no território.

Nos debates sobre a constituição de Oregon, em 1857, foi incluída após votação popular uma cláusula segundo a qual “nenhum negro ou mulato livre que não estiver residindo dentro deste Estado no momento da adoção desta constituição deve jamais entrar, residir ou permanecer dentro deste Estado, ou manter qualquer propriedade”.

Quem violasse a lei seria removido, e quem trouxesse, abrigasse ou empregasse pessoas negras também seria punido. A cláusula só seria revogada em 1926. Assim, em 1859, Oregon entrou para a União como o único Estado “exclusivamente branco”, onde não apenas a escravidão era proibida por lei, mas também a presença de pessoas negras.

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