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Economia A decisão da Ford de abandonar o mercado de caminhões na América do Sul vai abrir uma disputa entre a Mercedes-Benz e a Volkswagen

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O embate acontecerá, segundo especialistas, porque a saída dos americanos se dá no momento em que o segmento de caminhões no país, maior mercado da região, inicia sua recuperação. (Foto: Divulgação)

A decisão da Ford de abandonar o mercado de caminhões na América do Sul vai abrir uma disputa entre montadoras como Mercedes-Benz e Volkswagen. Até os chineses da Foton podem entrar na briga pela fatia que será deixada pela concorrente norte-americana. As informações são do jornal O Globo.

O embate acontecerá, segundo especialistas, porque a saída dos americanos se dá no momento em que o segmento de caminhões no país, maior mercado da região, inicia sua recuperação.

A Ford deixa o mercado de caminhões no Brasil por uma decisão estratégica, mas o momento é de recuperação. Quando a economia voltar a crescer com mais força, o potencial brasileiro é de produzir 200 mil unidades”, afirma o professor Antônio Jorge Martins, coordenador do MBA em gestão da cadeia automobilística da Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo. Segundo o professor, o Brasil responde por 70% do mercado de caminhões da América Latina.

No ano passado, a Ford produziu 17 mil caminhões em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O volume equivale a 12,2% do mercado, que viveu em 2018 o melhor momento em quatro anos.

Segundo dados da Anfavea, associação que representa as montadoras, foram vendidas 76 mil unidades no ano passado, melhor marca desde 2014, quando o licenciamento atingiu 137 mil caminhões. Para 2019, a expectativa da Fenabrave, associação que representa as concessionárias, é de um crescimento nas vendas de 15,4%, chegando próximo de 88 mil unidades.

Voos mais altos

A liderança no ranking de vendas do ano passado foi dividida pelas duas alemãs que vão tentar abocanhar a fatia deixada pela Ford. A Mercedes ficou com 29,2% dos negócios, e a Volkswagen, dona da MAN, garantiu 24,6% do mercado.

Os chineses da Foton fizeram uma primeira experiência no Brasil, mas a produção foi pequena: pouco mais de mil unidades por ano. A crise atropelou os planos da operação nacional, que acabou entrando com um pedido de recuperação judicial no fim do ano passado. Agora, a matriz quer investir US$ 100 milhões no país nos próximos três anos, construir uma fábrica própria e levar a produção para 10 mil caminhões leves por ano.

Os chineses já vinham planejando o investimento. A saída da Ford acabou abrindo espaço no mercado”, afirmou o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, presidente do Conselho da Foton.

Sem subsídios

Na China, o grupo Beiqi Foton Motor é o líder no segmento de caminhões, com faturamento de US$ 5,1 bilhões no ano passado.

Para Martins, da FGV, o avanço dos chineses no mercado local depende de investimentos robustos. Tanto a Mercedes quanto a Volks já têm fábricas no país capazes de suprir o mercado interno, além de exportar para outras praças.

O consultor Raphael Galante, da Oikonomia Consultoria Automotiva, observa que os chineses também vão precisar de uma rede de distribuição maior do que as atuais 19 concessionárias. A Ford tem mais de cem.

Um dos principais ativos deixados pela Ford será a rede de concessionárias”, disse Raphael Galante.

A Mercedes Benz informou que investiu R$ 100 milhões para desenvolver uma nova linha de cabines com tecnologia digital, conectividade, dados na nuvem, big data e internet das coisas – já presentes na linha de caminhões produzidos na fábrica de São Bernardo. O investimento faz parte de um pacote de R$ 2,4 bilhões que serão aplicados até 2022.

Procurada, a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que tem uma unidade em Resende, no Rio, informou que a capacidade ociosa está em 60% e, por isso, não haverá novos investimentos.

O vice-presidente Hamilton Mourão descartou a possibilidade de conceder incentivos fiscais para manter a Ford em São Bernardo.

Sempre que há aumento de desemprego, preocupa o governo. Estamos estudando o assunto (…) mas incentivos, por enquanto, estão fora de questão.”

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