Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de julho de 2020
Com base no monitoramento hidrológico do governo do Estado, a Defesa Civil de Porto Alegre prorrogou até o fim da tarde deste sábado (18) o alerta de inundação na região das Ilhas. Conforme o órgão, a previsão de chuvas moderadas na Metade Norte gaúcha e a vazão de outras bacias hidrográficas em direção ao Guaíba podem afetar a rotina das comunidades ribeirinhas do arquipélago.
O nível da água, que chegou a atingir 2,61 metros na semana passada, voltou a ficar abaixo da cota de atenção de 2,49 metros. Na tarde desta quinta, a régua já media 2,15 metros. As equipes do Município realizaram vistoria nas residências dos abrigados, constatando segurança para o retorno das famílias ribeirinhas.
A coordenação geral da ação fica sob a responsabilidade da Copae (Comissão Permanente de Atuação em Emergências), composta por órgãos municipais e instituições parceiras (Corpo de Bombeiros Militar e CEEE).
O grupo deve dar continuidade às providências previstas no Plano de Contingência de Enchentes, priorizando a integridade física das pessoas e cumprindo os protocolos de contenção da propagação do novo coronavírus. No caso de emergência, deve ser acionado o telefone 199 (Defesa Civil) ou 193 (Corpo de Bombeiros).
Atendimento
As famílias que ficaram desabrigadas no bairro Arquipélago após as cheias do Guaíba voltaram nesta quinta-feira (16) para suas casas. Cerca de 17 pessoas estavam acolhidas na Escola Estadual de Ensino Fundamental Alvarenga Peixoto, na Ilha dos Marinheiros, em uma ação da prefeitura em parceria com o governo gaúcho.
Neste espaço, receberam diariamente quatro refeições, doações de alimentos e de roupas, fizeram avaliações médicas e foram acompanhados pela assistência social. A prefeitura disponibilizou roupas de cama completas e novas, colchões, máscaras e álcool-gel para proteção.
“Qualquer família que se sentir ameaçada pela cheia pode nos ligar gratuitamente que a traremos para o abrigo”, destaca o diretor geral da Defesa Civil Municipal, Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior.
A Fasc (Fundação de Assistência Social e Cidadania) disponibilizou todos os itens que às famílias receberam na entrada para o retorno às suas residências, além de duas cestas básicas, lonas e fraldas descartáveis. Articuladora regional da Fasc, Neiva Chaves afirma que as famílias continuarão acompanhadas pela fundação. “Mesmo com a volta para suas casas, vamos continuar ajudando nas eventuais necessidades”.
Jean da Conceiçao, 26 anos, catador, afirma que a estadia no abrigo foi muito importante. “Fomos bem atendidos, a comida é boa, nos trataram bem, ganhamos roupas e cobertas, mas chegou a hora de voltar para organizar o trabalho. Se não fossem vocês, estaríamos ao relento”, diz.
Mesmo com o tempo firme, as equipes da Defesa Civil continuam monitorando pontos críticos, principalmente no braço norte da Ilha dos Marinheiros. O grupo também faz vistorias nas áreas de riscos. Já a Fasc e o Centro de Relações Institucionais e Participativas (Crip) realizam visitas às comunidades para orientar a população de como devem agir e quais os canais para acionar em casos de alerta e situações adversas.
(Marcello Campos)