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Brasil A deputada Carla Zambelli foi à sede da Polícia Federal para prestar depoimento no inquérito das fake news

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Defesa confirma as buscas e nega irregularidades da deputada. (Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados)

Ao deixar a sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, na tarde desta quinta-feira (4), a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse que não respondeu às perguntas dos investigadores e que está sendo a deputada ‘mais perseguida’.

A parlamentar afirmou que preferiu ficar em silêncio, porque sua defesa não teve acesso aos autos da investigação. “Até o momento, eu não tenho nem a informação se estou aqui na condição de testemunha, na condição de investigada, em que condição eu estou”, disse.

Zambelli foi chamada a prestar esclarecimentos no âmbito do inquérito das fake news, aberto em março do ano passado para apurar notícias falsas, ameaças e ofensas dirigidas a autoridades, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus familiares. A deputada acusou a Justiça de parcialidade, classificou o inquérito como inconstitucional e defendeu ele seja suspenso. Ela disse ainda que as perguntas dos investigadores foram ‘muito abertas’ e ‘sem contextualização de data’. “Não respondi nenhuma delas [perguntas], porque nenhuma delas era factual”, afirmou.

Perguntada se a investigação está ‘perseguindo’ conservadores e aliados bolsonaristas, a deputada assentiu. “Todos os investigados são apoiadores do governo. Na semana passada, eu fiz uma busca de vídeos de outras pessoas que são competidores ou alguém pode usar a palavra ‘inimigos políticos’, como por exemplo o Boulos, José Dirceu, pessoas da esquerda, que falaram coisas muito piores do que teoricamente esses investigados falaram, ameaçaram de uma forma muito mais desrespeitosa o Supremo Tribunal Federal, e não estão no inquérito”, disparou. “Por que somente deputados bolsonaristas e por que somente apoiadores do presidente estão nesse inquérito?”, completou.

Ao contrário de outros suspeitos intimados pela Justiça, como o blogueiro Allan dos Santos e a ativista de extrema-direita Sara Winter, que não compareceram aos depoimentos, a deputada se apresentou aos policiais. “Estou fazendo questão de vir aqui hoje para mostrar que eu não tenho nada a esconder”, declarou.

A Polícia Federal montou um esquema para ouvir os 29 alvos da investigação durante esta semana, mas não teve sucesso. A maioria deles se recusou a falar alegando que seus advogados não tiveram acesso ao teor completo das acusações. O ministro Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito, determinou que as defesas dos investigados agenciassem horários junto a seu gabinete para retirar cópias do processo, que não foi disponibilizado on-line em razão do sigilo da investigação. O advogado de Carla Zambelli, que acompanhou a deputada na ida à Polícia Federal, afirmou que, apesar da decisão, o processo não foi liberado. “Ele [Alexandre de Moraes] determinou um agendamento para os advogados, não só eu, mas todos. Mas esse agendamento não foi feito pelo gabinete, mesmo após a nossa solicitação, uma vez que, segundo a assessoria do ministro, o processo não estaria lá”, afirmou.

Na semana passada, o inquérito fechou o cerco contra apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e o chamado ‘gabinete do ódio’. Deputados, blogueiros, ativistas e outros bolsonaristas tiveram documentos, celulares e computadores apreendidos pela PF. O Planalto, através do Ministro da Justiça, André Mendonça, enviou ao STF habeas corpus em favor dos aliados. O pedido deve ser analisado pelo Plenário da Corte na próxima sexta-feira (12).

Antes disso, na quarta (10), o Supremo deve analisar outra manifestação, esta do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, pela suspensão temporária das investigações. Desde o início, o inquérito sofreu forte oposição do Ministério Público Federal (MPF), então chefiado por Raquel Dodge, por ter ter sido iniciado de ofício (sem provocação de outro órgão) pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli. O caso é atípico, porque a Justiça brasileira preserva o princípio acusatório, ou seja, um órgão apresenta a denúncia e outro julga. No inquérito das fake news, contudo, o próprio Supremo, que foi alvo dos ataques e notícias falsas, determinou a abertura das investigações e vai julgar os crimes.

Os questionamentos do MPF ao Supremo cessaram após a posse de Augusto Aras. Quando assumiu a chefia do órgão, em setembro, o PGR disse que Toffoli, ao determinar a abertura da apuração, ‘exerceu regularmente as atribuições que lhe foram concedidas’ pelo Regimento Interno do STF. Agora, Aras mudou de ideia e se manifestou pela suspensão das investigações em uma ação apresentada pela Rede Sustentabilidade que, em outubro, ele próprio já havia desprezado.

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