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Brasil Mulheres usam o Twitter para relatar casos de assédio e violência ocorridos no Brasil

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(Foto: Reprodução/ Freepik)

Jovens de diferentes estados do Brasil estão usando o Twitter para relatar casos de assédio, relacionamentos abusivos, agressões e estupro. Enquanto algumas postam diretamente de suas contas, outras preferem enviar mensagens para páginas que reúnem e divulgam os depoimentos anonimamente. No Rio de Janeiro, foi criada a página “Relatos de assédio RJ” além de outras focadas em diferentes regiões e bairros. O movimento já vinha ganhando força em outros locais com o uso da #exposed, que significa “exposto” em inglês, seguida do nome de cada cidade. 

Os posts trazem relatos envolvendo colegas de escola ou bairro, professores, pessoas com quem as meninas e mulheres se relacionaram e abusos praticados por membros da família – na maioria dos casos, pessoas próximas das vítimas. A estudante de 18 anos e organizadora de uma das páginas voltadas para o Rio de Janeiro, que preferiu não se identificar, conta ter criado o perfil inspirada nos diversos casos que estavam sendo postados na rede.

“É um meio importante porque nem sempre a vítima tem coragem de falar sobre isso. É um assunto muito delicado, muita gente cria um perfil anônimo para vir falar, por medo de ser exposta. Também é importante para que as pessoas fiquem alertas sobre assediadores, estupradores e abusadores”, ela avalia, e conta que o movimento tomou uma proporção bem maior do que imaginava.

Já a universitária de 18 anos e administradora de uma página focada nos casos na Zona Sul carioca, que também não quis ser identificada, conta ter se juntado ao movimento e criado o perfil após reviver todos os assédios que já sofreu ao ler os relatos de meninas de outros estados.

“A importância das mulheres estarem postando é para que se libertem da dor que sempre guardaram, além de prevenir novas vítimas e mostrar que elas não estão sozinhas”, ela afirma, e destaca: “A conta não é um linchamento, não somos juízes, mas muitas de nós queremos ajuda e também prevenir outras garotas que convivem com alguém que já praticou violência. Cansamos de ficar caladas”.

“Se sou amiga do seu agressor, me avise”. A mensagem foi postada por várias internautas como forma de apoio e incentivo às vítimas para que continuem postando seus depoimentos. Algumas mulheres afirmaram estar revelando o caso pela primeira vez e contam ter se encorajado a falar sobre o assunto após ler os depoimentos. Outras disseram que decidiram postar após perceber que aquele tipo de violência não tinha ocorrido apenas com elas.

Como postar um relato de forma segura

Ao expor na internet um caso de violência, alguns cuidados são importantes. A advogada especializada no atendimento a mulheres Samira Pereira orienta que esse tipo de post pode conter provas, mensagens, fotos e boletins de ocorrência, mas desde que sejam ocultados os dados e a identidade do agressor. Além disso, a exposição da história pessoal, a narrativa dos fatos, os tipos de violência que foram vividas e como a mulher se sentiu podem ser incluídos, assim como descrições superficiais do agressor. Também podem ser postadas indicações de canais de denúncia, incentivando que outras vítimas de violência denunciem.

No entanto, a advogada destaca ser importante que não sejam expostos elementos que possibilitem a identificação do agressor, como fotos do rosto ou de outro elemento que possa identificá-lo, nome, telefone, endereço, outros dados pessoais e onde a pessoa estuda ou trabalha. Caso essa última informação seja essencial, porque o caso aconteceu nesses locais, por exemplo, Samira indica que ela seja incluída, mas que a pessoa não seja descrita de forma que seja fácil identificá-la. Também devem ser deixados de fora xingamentos imputando diretamente um crime que a mulher ainda não possa provar. Samira Pereira afirma que se o relato mencionar algum crime como estupro e lesão corporal, a mulher poderá ser chamada a depor para comprová-lo.

A violência contra a mulher pode ser denunciada por telefone no Disque 180, na Delegacia Online ou presencialmente nas Delegacias da Mulher. Se a violência for contra uma pessoa menor de idade, a denúncia deve ser feita na Delegacia da Criança e Adolescente. Em casos emergenciais, a Polícia Militar deve ser acionada pelo telefone 190.

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