Quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de setembro de 2020
A Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) emitiu licenças prévia e de instalação para a primeira usina de etanol do Rio Grande do Sul. O empreendimento será construído em um área de três hectares no município de Carazinho (Região Noroeste) e tem como diferencial o uso de batata-doce como matéria-prima, enquanto os demais têm por base a cana-de-açúcar.
Para que a usina comece a funcionar, ainda é necessária a emissão de uma licença de operação, após a análise dos técnicos do órgão federal.
Responsável pelo projeto, o empresário Henrique Sudbrack Leonhardt aderiu à ideia após visitar uma usina no Mato Grosso. Ele relata ter vislumbrado potencial para reproduzir o projeto também em território gaúcho, já que o Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores do tubérculo no País. Toda a mão-de-obra utilizada será gaúcha.
Leonhardt estima que sejam beneficiados mais de 400 núcleos de agricultura familiar que têm cultivado batata-doce nos últimos dois anos. Além deles, ao menos 50 outras pessoas devem ser empregadas quando a unidade estiver em funcionamento. O álcool resultante será utilizado nos postos pertencentes ao empresário, enquanto o farelo será vendido à indústrias de ração.
Na avaliação da presidente da Fepam, Marjorie Kauffmann, a iniciativa é de extrema importância, principalmente em um Estado de forte atuação no setor agrícola, ao possibilitar a variação de matéria-prima, contribuindo para manter a sustentabilidade econômica.
Rendimento
Segundo especialistas, cada variedade de batata-doce tem uma concentração diferente de amido, que é a matéria-prima para a produção do etanol. Conforme a variedade do tubérculo, cada tonelada colhida é capaz de produzir até 200 litros de combustível. A massa que sobra (aproximadamente 450 quilos) pode ser destinada a outras finalidades, como a produção de ração para animais.
(Marcello Campos)
Voltar Todas de Rio Grande do Sul