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Por Redação O Sul | 24 de fevereiro de 2021
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desenvolveu um teste RT-PCR capaz de detectar rapidamente novas variantes do coronavírus. Segundo a Fiocruz, a nova ferramenta permite a triagem das linhagens de maior importância em circulação no Brasil.
Ela foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto Leônidas & Maria Deane, da Fiocruz Amazônia. Em entrevista à GloboNews, o pesquisador e vice-diretor de Pesquisa e Inovação da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca, explicou que a validação do teste foi realizada durante o carnaval, primeiro com amostras que já haviam sido sequenciadas.
Atualmente 500 amostras já foram testadas, e em torno de 70% delas apresentaram resultado positivo para a variante brasileira P.1.
“É possível fazer centenas de amostras diariamente, porque o protocolo de PCR em tempo real é muito mais fácil e direto do que o sequenciamento (genético), então a gente consegue fazer hoje com a nossa capacidade centenas de amostras por dia”, explicou Naveca.
Segundo a Fiocruz, estão sendo realizadas tratativas e em breve o ensaio estará disponível em vários laboratórios. O Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM) será o primeiro a utilizá-lo, seguido de Rondônia, Roraima, Mato Grosso do Sul, Ceará, Rio de Janeiro e outros interessados.
Naveca explica que o Instituto não tem condições de atender a todos no primeiro momento, pois a quantidade de insumos não é suficiente para ser enviada ao Brasil inteiro.
“Mas com essa validação em maior escala, poderemos ter isso em maior quantidade. A Fiocruz já tem uma decisão de incluir esse ensaio no diagnóstico, então, além do diagnóstico dizendo se é Sars-CoV-2 ou não, também será incluída a diferenciação para avaliar se é uma das três variantes de importância”, afirma o pesquisador.
Na entrevista à GloboNews, Naveca destacou que essa é uma ferramenta que possibilita ter uma informação rápida sobre os casos provocados por variantes do coronavírus, mas o sequenciamento genético continua sendo importante, inclusive para monitorar o eventual surgimento de outras variantes que possam não ser detectadas por esse teste.
O Ministério da Saúde monitora ao menos 204 casos de pacientes com variantes do coronavírus no Brasil. De acordo com a pasta, até o dia 20 deste mês foram identificados 20 casos da variante identificada no Reino Unido e 184 casos da observada no Amazonas. Segundo o levantamento, 17 Estados do País já registram casos de variantes do vírus.