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Mundo A França teve um segundo dia de protestos contra o aumento de imposto nos combustíveis

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Manifestantes com coletes amarelos encaram bombas de gás lacrimogêneo em Caen, no Noroeste da França. (Foto: Reprodução)

A mobilização dos “coletes amarelos”, franceses que protestam contra o aumento de um imposto ecológico cobrado na venda de combustíveis, foi retomada neste domingo (18) com bloqueios a pedágios e barreiras na Normandia e outras regiões do país. Os números da mobilização no sábado foram revistos pelas autoridades: 288 mil participantes, um morto, 409 feridos, 14 em estado grave, e 73 detenções provisórias.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, descreveu uma madrugada “agitada” em 87 pontos de protestos no interior do país. Cerca de 3.500 “coletes amarelos” continuaram mobilizados. Apesar das baixas temperaturas, muitos manifestantes dormiram em seus carros em postos de gasolina e estacionamentos. Segundo o ministro, alguns exageraram na bebida alcoólica e se envolveram em brigas e agressões a faca. Vinte e oito policiais e bombeiros também ficaram feridos durante intervenções.

A mobilização popular, organizada pelas redes sociais, é considerada um sucesso, apesar dos inúmeros incidentes. Outras 150 ações foram convocadas para este domingo, segundo Castaner. Os participantes são pais de família, trabalhadores com baixos salários e aposentados com sérias dificuldades para pagar contas, impostos e viver com dignidade.

Popularidade de Macron

Os manifestantes não conseguiram bloquear o país, como pretendiam, mas colocam o presidente Emmanuel Macron em situação delicada.

Uma nova pesquisa publicada pelo jornal JDD (Journal du Dimanche) mostra que apenas 25% dos franceses estão satisfeitos com Macron, uma queda de 4 pontos em relação à sondagem anterior. É a pontuação mais baixa desde que o centrista chegou ao Palácio do Eliseu. A pesquisa do instituto Ifop também indica que 62% dos franceses acreditam que “a prioridade deve ser dada ao poder aquisitivo, mesmo que seja para ir menos rapidamente na transição energética” nos próximos anos.

Nem o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, que anunciou na quarta-feira (14) medidas de acompanhamento às famílias impactadas pela alta nos preços dos combustíveis, nem Macron, neste domingo em visita a Berlim, deram declarações sobre as manifestações. O ministro da Transição Ecológica, François de Rugy, disse que o governo continuaria “a trajetória planejada” em termos de tributação ecológica.

Oposição pede recuo

A oposição tira proveito político do desgaste de Macron. “Receio que se o governo não der ouvidos à população, as coisas ficarão piores para ele”, alertou Sébastien Chenu, porta-voz do partido de extrema-direita RN, da líder Marine Le Pen. O presidente do partido nacionalista Patriotas, Florian Philippot, chegou a apelar para “a dissolução da Assembléia Nacional”.

No outro extremo do espectro político, o Novo Partido Anticapitalista (NPA) defende que movimentos sociais, sindicatos, associações e partidos políticos deem prosseguimento à revolta dos “coletes amarelos”.

Da extrema direita à extrema esquerda, alguns eleitos participaram de ações no sábado, mas de maneira discreta, para não serem acusados de tentar recuperar a mobilização popular.

O líder do partido de direita Os Republicanos, Laurent Wauquiez, incitou o presidente a “corrigir seus erros”. Já o líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, elogiou “um imenso momento de auto-organização popular”. O primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, adverte que sem diálogo, apostando na deterioração do movimento popular, o governo corre o risco de se dar mal.

No campo sindical, o líder da central CFDT, Laurent Berger, aconselhou Macron a “reunir muito rapidamente” sindicatos, empregadores e associações “para construir um pacto social de conversão ecológica”.

Mas assessores do presidente sinalizam que Macron pretende tratar a revolta popular da mesma maneira que lidou com os três meses de greve de ferroviários opositores à reforma da companhia SNCF, ou seja, deixando a população expressar sua insatisfação, sem abrir mão das políticas de seu governo.

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