Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 4 de outubro de 2024
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, defendeu na última quinta-feira (3) que os eleitores não depositem “dissabores” nas urnas. Ela declarou que as eleições municipais, marcadas para este domingo (6), devem ser um momento de civismo.
“Este é um momento de tranquilidade democrática, de civismo responsável e alegria. A gente não espera que as pessoas depositem os seus dissabores na vida ou ideológicos”, disse durante sessão da Corte Eleitoral.
A ministra também destacou a importância do respeito à pluralidade de ideias. “Não esperamos que haja práticas nem de ofensa, nem de violência, nem de inaceitação das diferenças, porque é dessas diferenças que nós realizamos a pluralidade, que é um direito constitucional de todo mundo”, afirmou.
O primeiro turno do pleito municipal será realizado neste domingo com a eleição de vereadores, prefeitos e vice-prefeitos. Segundo Cármen Lúcia, mais de 155 milhões de brasileiros estão aptos para votar, sendo 52% mulheres.
O segundo turno ocorrerá em 27 de outubro em municípios com mais de 200 mil eleitores registrados, nos casos em que nenhum dos candidatos a prefeito tiver a maioria absoluta dos votos (50% +1) na primeira fase da eleição.
A Justiça Eleitoral, segundo a ministra, “adotou todas as providências de precaução”, incluindo relacionadas a questões climáticas, para garantir o acesso aos locais de votação. “Medidas cautelares, administrativas, tecnológicas e judiciais foram adotadas e vêm sendo adotadas”, afirmou.
Risco de desinformação
A presidente do TSE afirmou nessa sexta (4) que há uma espécie de “cabresto digital” no Brasil, que ocorreria por meio da desinformação para influenciar o voto nas eleições. Cármen participou da abertura de um encontro com convidados internacionais, a dois dias do primeiro turno das eleições municipais.
“Criamos agora no Brasil, nós conhecíamos nas décadas de 30 e 40 do século passado, o cabresto digital. Alguém põe na nossa máquina, no nosso celular, no nosso computador, algo que nos desinforma e nos encabresta para o mesmo lugar, como se fossemos apenas manipulados, sem condições de livremente escolher”, declarou a presidente do TSE.
Cármen também afirmou que ferramentas de inteligência artificial (IA) confundem o cérebro humano, fazendo com que ele não seja capaz de fazer escolhas livres.
“Com a inteligência artificial, acresceu-se ainda, com a exposição (de) verossimilhança de fatos, dados e até imagens que confundem o cérebro humano. O cérebro confundido não é um cérebro livre. Ele não pode fazer escolhas livres, porque ele não tem o prumo necessário, o raciocínio necessário.”