Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2020
A Huawei superou a Samsung em volume de vendas globais de celulares e se tornou a empresa líder do ramo no segundo trimestre de 2020. A informação é da consultoria de mercado Canalys, que afirma ser a primeira vez em quase uma década que uma fabricante além da Samsung e Apple lidera uma lista trimestral de remessas globais de smartphones. A gigante chinesa já havia superado a empresa da maçã no primeiro trimestre, quando alcançou o segundo lugar do pódio.
De acordo com os dados da Canalys, a Huawei teve a menor queda no número de vendas global durante a pandemia (5%), chegando a 55,8 milhões de smartphones comercializados no período de abril a junho, contra 53,7 milhões da Samsung.
O resultado tem ligação direta com a recuperação chinesa em relação aos efeitos da pandemia do novo coronavírus. O país foi um dos primeiros a retomar as atividades econômicas e hoje é responsável por 72% das vendas da Huawei, um crescimento anual de 8% que ajudou a suavizar a queda internacional de 27% sofrida pela fabricante.
O oposto aconteceu com a Samsung, que tem uma participação de mercado inferior a 1% na China e teve seus principais mercados, como Estados Unidos, Brasil e Europa, prejudicados pela crise. A gigante sul-coreana sofreu queda de 30% neste período.
Vale lembrar que a China já era responsável pela maior parte do comércio de smartphones da Huawei. A empresa vem enfrentando uma crise com o governo dos Estados Unidos desde 2019 e é proibida de comercializar produtos e serviços de tecnologia para empresas americanas.
A fabricante foi proibida de usar aplicativos do Google nos celulares, o que se mostrou um empecilho para a venda fora do território chinês. Por esta razão, a consultoria afirma que é improvável que a fabricante chinesa consiga manter a liderança depois que a economia global voltar a se recuperar.
5G
A Huawei não estará presente na implementação da rede 5G de Portugal, assim como no Reino Unido e na França. A decisão partiu das três maiores operadoras do país: Vodafone, Altice e Nos. E, segundo as especulações, pode ter sido motivada pelo aumento da tensão entre Estados Unidos e China.
Com isso, a fabricante chinesa não fornecerá seus equipamentos para o desenvolvimento da rede de quinta geração em Portugal. O ministro da infraestrutura do país, Pedro Nuno Santos, afirmou que o governo não identificou nenhum problema nas empresas que poderiam auxiliar na implementação do 5G, incluindo a Huawei – o que reforça a teoria de que o motivo seja realmente político.
Apesar de suas qualificações para o serviço, a Ericsson e a Nokia têm a preferência das empresas. Após anunciar “que sua principal rede 5G não incluirá a Huawei em suas diferentes operações”, a Vodafone confirmou que está trabalhando com a Ericsson.