Terça-feira, 14 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de abril de 2020
O setor de educação não estava pronto para a situação que o mundo enfrenta hoje com a pandemia do coronavírus, mas já havia alguma preparação para o ensino a distância. Foi o que disse o empresário Chaim Zaher, dono do Grupo SEB, nesta semana, durante o Ao Vivo em Casa, série de lives (transmissões ao vivo) do jornal Folha de S.Paulo.
“A grande maioria das escolas não sabia o que fazer, e aí cada um começa a inventar algo diferente. Não foi coeso”, afirmou o empresário, cujas escolas reúnem mais de 200 mil alunos.
Segundo ele, o início foi confuso, mas agora as coisas começaram a tomar algum rumo. “O pai percebeu que não é bem assim a história. O presencial é uma coisa e o ensino emergencial à distância é outra”, disse Zaher em conversa com a colunista da Folha Joana Cunha.
No início de março, a Pueri Domus, que é uma das escolas do grupo, enviou comunicado aos pais para que os alunos que viajaram a uma lista de países já impactados pelo vírus naquele momento fizessem quarentena de 15 dias. A iniciativa foi criticada na ocasião, mas hoje Zaher afirma que “é na paz que se prepara para a guerra” e que a iniciativa ajudou.
“Reagimos rapidamente quando percebemos que a coisa ia tomar corpo e realmente tomamos uma medida de prevenção para alertar os pais”, disse.
Na largada da crise, quando as medidas de restrição começaram a afetar a economia, pais de alunos passaram a pedir que as escolas em geral fizessem descontos nas mensalidades.
O empresário afirma que as atividades extra, que eram cobradas separadamente da mensalidade, foram eliminadas da fatura para os pais. “A escola vive de gente, de profissionais, professores. Nós não demitimos nem mexemos em salário de nenhum profissional. Preservamos, até porque esse colaboradores estão há muito tempo, treinados. Não tem sentido nenhum fazer com que ele seja penalizado”, disse.
Segundo Chaim Zaher, algumas escolas tiveram de dobrar o investimento em tecnologia, treinamento e aquisição de equipamentos para professores. “De fato, não tem água e luz, mas é um custo muito pequeno no tamanho da escola. O maior custo de fato são os profissionais”, disse.
O empresário afirmou que o mercado de ensino privado em geral tem convivido com um nível de inadimplência em torno de 30%. “A inadimplência dobrou e em alguns casos triplicou. E tem sensibilidade de não ficar cobrando o pai nesta hora, está sendo parcelado”, diz.