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Carlos Roberto Schwartsmann A Justiça espanhola não é a Justiça brasileira!

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Alves foi sentenciado a 4 anos e 6 meses de prisão por estupro. (Foto: EUROPA PRESS/D.Zorrakino. POOL via Getty Images)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Nós brasileiros ficamos estupefatos com a condenação do ex-jogador de futebol da Seleção Brasileira, Daniel Alves. Após julgamento que durou 3 dias, ele foi condenado a pena de 4 anos e meio à prisão por estupro.

Antes do julgamento, por orientação dos advogados, depositou 150 mil euros (R$ 860 mil) por danos a vítima para reparar e atenuar o crime de agressão sexual ocorrido.

Em 2013, a Justiça italiana condenou outro jogador brasileiro, Robinho, à 9 anos de prisão por crime similar. O jogador vive em liberdade no Brasil e não ficou preso um dia sequer.

O estupro é interpretado pela sociedade brasileira e pela Justiça como crime banal. Um crime até aceitável. Não somos nem sensibilizados por estupros coletivos ocorridos na África do Sul, Ruanda, Congo e Moçambique. Na semana passada, uma brasileira foi estuprada na Índia por sete homens

Para nós, a violência contra as mulheres é de importância secundaria. A discussão sobre o tema sempre foi deixada nas sombras e no segundo plano.

A Justiça brasileira é rígida com outros delitos: não pagar pensão alimentícia, cortar árvores, cobrar pelo SUS e racismo são exemplos de prisão imediata!

Lendo sobre o assunto, fiquei estarrecido ao saber que, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Aplicada), em 2023 ocorreram 822 mil casos de estupro no Brasil! Um a cada minuto!! Evidentemente o número deve ser muito maior, pois as vítimas tem medo da denúncia, dos agressores e da condenação moral de sociedade.

Apenas 10% tem registro policial. 35% afirmam que é na própria casa que o crime é consumado. 70% apontam conhecidos como os desumanos!

Mas se o estupro é um ato de momentos, as sequelas das vítimas são eternas. As eventuais sequelas físicas do corpo desaparecem em dias, mas as sequelas psicológicas, as da alma, jamais são esquecidas.

São frequentes: o medo, a depressão, a insônia.

Pesadelos recapitulando as cenas ficam registrados para eternidade.

Que exemplo nos deu a Justiça da Espanha. Estupro é um crime sem castigo no Brasil! Definitivamente a Justiça espanhola não é a injustiça brasileira.

Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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