Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2019
A maioria dos democratas na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos é a favor de se iniciar um processo de impeachment contra o presidente republicano Donald Trump, agora que um parlamentar do Estado da Califórnia se tornou o 118º democrata a pedir isso, na sexta-feira. As informações são do portal Terra.
“Nos últimos anos, nossa nação viu e ouviu coisas deste presidente que não têm cabimento em nossa democracia”, disse o deputado Salud Carbajal em um comunicado, no qual acusou Trump de comportamento “criminoso”.
“Acredito que está na hora de iniciar um inquérito de impeachment sobre o presidente”, disse Carbajal.
Os democratas têm uma maioria de 235 deputados na Câmara. O apoio a um inquérito de impeachment ultrapassou duas dúzias de democratas desde que o ex-procurador especial Robert Mueller depôs, no dia 24 de julho, a respeito de sua investigação sobre Trump e a interferência da Rússia na eleição norte-americana de 2016.
Mas o total de 118 ainda está longe dos 218 votos que são necessários na Câmara para aprovar uma resolução de impeachment, e pesquisas de opinião continuam a mostrar o eleitorado profundamente dividido sobre a questão.
Ver a maioria de seu próprio grupo partidário a favor do impeachment pode elevar a pressão sobre a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, que se opõe à medida por considerá-la politicamente arriscada, a menos que investigadores encontrem indícios contundentes de má conduta de Trump que possam unir a opinião pública. Mas alguns democratas dizem acreditar que a abordagem cautelosa de Pelosi dificilmente mudará.
Os democratas que se opõem ao impeachment dizem que a melhor maneira de tirar Trump do cargo é derrotá-lo em 2020, quando ele vai concorrer à reeleição.
Escolhido para chefe de espionagem descartado
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou sexta-feira que desistiu de seu escolhido para chefe de espionagem, o deputado John Ratcliffe, devido a dúvidas sobre sua falta de experiência e possíveis exageros em seu currículo.
Trump culpou a cobertura noticiosa desfavorável pela decisão do colega republicano de desistir do processo de indicação e continuar no Congresso.
“Ao invés de suportar meses de calúnia e difamação, expliquei a John como seria terrível para ele e sua família lidarem com estas pessoas”, tuitou Trump.
“John, portanto, decidiu ficar no Congresso”.
Trump disse que anunciará em breve outro indicado para supervisionar as 17 agências de inteligência civis e militares do país.
Parlamentares democratas e algumas ex-autoridades graduadas da inteligência dos EUA disseram que Ratcliffe, de 53 anos, carece de especialização e experiência para substituir Daniel Coats como diretor de Segurança Nacional, e alguns expressaram o receio de que ele distorcesse a inteligência norte-americana para apoiar as opiniões do presidente.
Fiel a Trump, Ratcliffe serviu seis meses no Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados e chamou atenção na semana passada ao criticar o ex-procurador especial Robert Mueller durante uma audiência sobre a investigação de Mueller sobre a interferência da Rússia na eleição norte-americana de 2016.
Embora Ratcliffe tenha alardeado sua experiência com contraterrorismo quando comandava a Procuradoria-Geral do distrito leste do Texas, veículos da mídia, inclusive a Reuters, noticiaram os temores de que ele tenha exagerado suas conquistas como procurador.