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Ciência Após nove anos, a Nasa lança, dos Estados Unidos, um foguete para missão espacial tripulada

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É a primeira vez que uma empresa privada realiza um lançamento com astronautas à órbita terrestre.

Foto: Chris O'Meara/AP
É a primeira vez que uma empresa privada realiza um lançamento com astronautas à órbita terrestre. (Foto: Chris O'Meara/AP)

Os astronautas Robert Behnken e Douglas Hurley decolaram na tarde deste sábado (30) rumo à ISS (Estação Espacial Internacional) no foguete Falcon 9, da SpaceX. Eles saíram do Centro Espacial John F. Kennedy, no Cabo Canaveral, Flórida (EUA). Lá devem permanecer até provavelmente agosto.

Na última quarta (27), a decolagem foi interrompida menos de 20 minutos antes do horário agendado, porque o tempo não ajudou. Neste sábado, porém, deu tudo certo. A cápsula Crew Dragon entrou na órbita baixa da Terra 12 minutos após o lançamento, pontualmente às 16h22min (horário de Brasília-DF) – logo em seguida foi possível ver um dinossauro de pelúcia flutuando entre os astronautas.

Isso significa um enorme avanço para o programa especial dos EUA. Este é considerado um marco histórico por três motivos:

– É a primeira vez que a Nasa envia astronautas para o espaço com uma empresa privada;

– É a primeira vez que a empresa do bilionário Elon Musk realiza um feito assim;

– E é a primeira vez em nove anos que a Nasa envia astronautas para a ISS a partir dos EUA.

Desde que aposentou seus ônibus espaciais, em 2011, a agência espacial norte-americana fazia lançamentos do Cazaquistão com a nave russa Soyuz, considerada uma das mais confiáveis já fabricadas e com histórico de apenas um acidente. Para isso, pagava uma quantia milionária aos russos por cada lançamento.

Por conta das restrições provocadas pelo coronavírus, a festa esperada para o momento histórico foi cancelada — o público acompanhou tudo de casa e todos que estavam nas mesas de controle da Nasa usavam máscaras. Apenas uma comitiva privada, que contou com a presença do presidente Donald Trump, estava no local. Behnken e Hurley estiveram previamente em quarentena e estão prontos para encontrar as três pessoas que moram hoje na ISS: Chris Cassidy, da Nasa, Anatoly Ivanishin e Ivan Vagner, da Roscosmo (agência russa).

A cápsula Crew Dragon, que viajou a 27.000 km/h antes de desacoplar, é como a Apolo — mas mais moderna: telas táteis substituíram botões e joysticks, o interior é predominantemente branco, com iluminação mais sutil. O design da nave não lembra os enormes ônibus espaciais, que funcionaram entre 1981 e 2011, e a cápsula pode se separar do foguete em caso de emergência.

Na volta, os astronautas sobem de novo na Crew Dragon, que cai no oceano depois que entra na atmosfera.

Projeto Artemis

A parceria Nasa-SpaceX é uma mudança importante no modelo da agência. Antes, a construção dos foguetes era feita sempre pela Nasa e outras empresas prestavam serviços terceirizados. Desde o governo Obama, as empresas privadas ganharam permissão de fabricar foguetes para lançamentos de humanos. Com os avanços da SpaceX, os americanos deixarão de depender dos russos para chegar ao espaço e devem manter rotas regulares a partir da Flórida.

Musk, conhecido pelos carros elétricos da Tesla, tem no espaço uma de suas principais frentes de negócio — além de querer conectar o mundo inteiro à internet com um enxame de satélites, ele pretende colonizar Marte. A parceria com a Nasa pode fazer avançar seus planos de organizar viagens espaciais para turistas.

A agência espacial pagou mais de US$ 3 bilhões à SpaceX para projetar, construir, testar e operar sua cápsula e fazer seis viagens espaciais de ida e volta. O desenvolvimento enfrentou atrasos, explosões e problemas, mas superou a gigante Boeing, que também recebeu dinheiro da Nasa para fazer uma cápsula, a Starliner, que ainda não está pronta.

O lançamento do Falcon 9, de 70 metros de altura, é o primeiro passo do Projeto Artemis, coordenado pela Nasa, que visa colocar humanos novamente na Lua até 2024 — desta vez, uma mulher. Após décadas esquecida, a Lua virou a nova queridinha de várias nações e se tornou cenário de outra corrida espacial. China, Índia e outros países, além dos EUA, fizeram missões recentes que têm o solo lunar como alvo.

A viagem para a ISS é um teste também da SpaceX para uma missão rumo à Lua, embora a viagem para nosso satélite exija um foguete mais poderoso. O objetivo final da missão da Nasa é que humanos pisem pela primeira vez em Marte, algo previsto para 2030.

Roupa de cinema

Hurley e Behnken usaram um uniforme feito sob medida pela SpaceX, que chamou para a tarefa o estilista e figurinista de Hollywood Jose Fernandez, conhecido pelo visual de filmes como “Mulher Maravilha”, “Wolverine”, “Batman vs. Superman “e” Capitão América: Guerra Civil “.

O desafio era fazer algo funcional e bonito, explicou a empresa. Demorou quatro anos para chegar a esta versão final, que conta com sistema de comunicação e controles de pressão e temperatura integrados. Uma vez que o astronauta está sentado no assento da cápsula de passageiros Crew Dragon, o traje se conecta ao sistema da nave espacial.

Uma outra curiosidade é que as luvas são sensíveis ao toque, o que facilita o controle dos comandos dados pelos astronautas para a cápsula.

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https://www.osul.com.br/a-nasa-lancou-um-foguete-para-missao-espacial-tripulada-apos-nove-anos/ Após nove anos, a Nasa lança, dos Estados Unidos, um foguete para missão espacial tripulada 2020-05-30
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