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Saúde A OMS prevê um aumento de cerca de 40% na incidência e mortalidade por câncer de mama até 2040

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A manifestação mais comum do câncer de mama é o achado de um “caroço” (nódulo ou massa) no local. (Foto: Reprodução)

Com mais de 2 milhões de novos casos anuais, o câncer de mama é, depois dos tumores malignos de pele não-melanoma, o câncer mais comum no sexo feminino. É também a principal causa de morte por câncer entre as mulheres. São registrados 626 mil óbitos/ano, segundo o IARC, braço de pesquisa do câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o cenário é semelhante. A estimativa para 2020 é de 66 mil novos casos de câncer de mama no país, representando 29% de todos os tumores malignos no sexo feminino. É um número de casos superior à soma da incidência entre as mulheres de câncer de pulmão, colo do útero, colorretal e tireoide2.

A Sociedade Brasileira de Patologia, em alusão ao Outubro Rosa – mês de conscientização mundial sobre câncer de mama – chama a atenção da população para a importância do diagnóstico precoce e assertivo de cada subtipo desta doença, que poderá ter um aumento exponencial de novos casos nos próximos anos. Uma ferramenta do IARC/OMS, que leva em conta mudanças demográficas e perfil da doença para avaliar a incidência de câncer e carga de mortalidade em todo o mundo, prevê que no ano de 2040 a incidência de novos casos/ano de câncer de mama ultrapasse a marca de 3 milhões e o número de mortes salte dos cerca de 600 mil para quase 1 milhão3.

Embora o câncer de mama não seja uma exclusividade do sexo feminino – ocorre caso em homens para cada 100 em mulheres – o maior risco para desenvolver câncer de mama, portanto, é ser mulher. Uma análise da American Cancer Society mostra que as mulheres têm um risco médio de 12% de receber o diagnóstico da doença ao longo da vida5.

Tipos de câncer de mama

O câncer de mama não é único. Existem diferentes tipos da doença e são as características específicas de cada um, juntamente com o perfil de cada paciente, que determinam o tipo de tratamento mais adequado e a provável evolução em cada caso. Conforme explica a médica patologista e secretária-geral da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Marina De Brot, o tipo mais comum de câncer de mama é o carcinoma invasivo do subtipo luminal.

Explicamos: o carcinoma de mama é dividido em “in situ” e invasivo. O carcinoma “in situ” tem origem dentro do ducto/lóbulo mamário e não ultrapassa a sua parede, não invadindo o estroma da mama e, por isso, não tem a capacidade de disseminar para outros órgãos e estruturas (não origina metástases). São categorizados em carcinoma ductal in situ (mais comum) e carcinoma lobular in situ, com taxa de cura em torno de 95%.

Outro grupo é o dos carcinomas invasivos, que também se originam nos ductos/lóbulos. Porém, esses invadem o estroma mamário e podem se disseminar para outros órgãos (metástases). A grande maioria dos casos de carcinomas invasivos da mama são representados pelo carcinoma invasivo tipo não-especial (também denominado carcinoma ductal invasivo), seguido pelo carcinoma lobular invasivo. Além desses, existem alguns outros tipos histológicos de carcinomas que são menos comuns: carcinoma tubular, carcinoma cribriforme, carcinoma metaplásico, carcinoma micropapilar, carcinoma adenoide cístico, entre outros. Cada um desses tipos de câncer de mama apresenta aspectos clínicos, morfológicos, moleculares e evolutivos distintos, impactando na decisão terapêutica. A definição desses tipos de tumor em cada paciente é feita pelo médico patologista.

Questão hormonal

As mamas são glândulas que se desenvolvem de forma mais proeminente na adolescência (puberdade), com ápice durante a gravidez. São altamente sensíveis ao estímulo hormonal, principalmente do estrógeno, um hormônio que, embora possa estar presente nos homens em doses bem mais baixas, tem uma produção que se dá principalmente pelos ovários, sendo assim predominantemente feminino. O fato de 99% dos tumores de mama acometer as mulheres aponta que estes hormônios atuam no processo de desenvolvimento da doença.

Medicina de precisão

O melhor entendimento dos diferentes perfis moleculares de câncer de mama faz parte do contexto do que chamamos de “medicina de precisão”, que tem o potencial de oferecer tratamentos mais específicos, menos invasivos e de menor toxidade. Desta forma, auxilia na redução das taxas de mortalidade e melhora a qualidade de vida das pacientes. A SBP ressalta que o grande desafio do médico patologista e de todos os envolvidos no cuidado interdisciplinar de cada paciente está na heterogeneidade da doença. Ainda, em países em desenvolvimento como o Brasil, o acesso ao diagnóstico precoce do câncer de mama continua sendo problemático, com uma proporção relevante de pacientes sendo diagnosticadas em estágios avançados da neoplasia, principalmente no sistema público. Quanto mais precoce o diagnóstico e o estadiamento da doença, maior a chance de cura.

De acordo com a entidade, saber exatamente com qual tumor se está lidando, em cada caso, é primordial para se oferecer a melhor forma de tratamento. Além disso, é essencial haver acesso a estas terapias, tanto no SUS quanto na Saúde Suplementar. As principais modalidades terapêuticas preconizadas para câncer de mama, cuja indicação é feita caso a caso, são cirurgia, radioterapia, incluindo a radioterapia intraoperatória e tratamento sistêmico (hormonioterapia, quimioterapia, terapias-alvo e imunoterapia).

Como prevenir

Quando o assunto é prevenção do câncer de mama vale diferenciar entre fatores modificáveis e não-modificáveis. Identificar cada um deles é importante para conduzir as pacientes para a prevenção primária e secundária.

Prevenção primária

A prevenção primária consiste em intervir nos fatores modificáveis, capazes de reduzir o risco da doença se desenvolver: Praticar atividade física. Mulheres sedentárias têm maior risco; Ter níveis de IMC dentro da normalidade (peso/altura). Estar acima do peso ou obesa após a menopausa aumenta o risco em relação às mulheres com peso adequado; Não fazer terapia hormonal sem indicação médica; Ao ter filhos, amamentar; Não beber em excesso; Não fumar.

Prevenção secundária

O exame mais indicado para prevenção secundária (diagnóstico precoce) do câncer de mama, é a mamografia, que deve ser feita anualmente a partir dos 40 anos em todas as mulheres.

Como alguns fatores de risco não são modificáveis, é importante que se promova a prevenção secundária. Esses fatores, segundo o CDC, são: Envelhecimento; História pessoal de câncer de mama; História familiar e Hereditariedade; História reprodutiva; Mamas densas; Radioterapia prévia.

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https://www.osul.com.br/a-oms-preve-um-aumento-de-cerca-de-40-na-incidencia-e-mortalidade-por-cancer-de-mama-ate-2040/ A OMS prevê um aumento de cerca de 40% na incidência e mortalidade por câncer de mama até 2040 2020-10-01
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