Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 25 de julho de 2019
A força-tarefa da Operação Lava-Jato devolveu R$ 424,9 milhões para a Petrobras em cerimônia realizada nesta quinta-feira (25), em Curitiba. De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), o valor foi depositado diretamente para a estatal.
Do total devolvido, segundo a força-tarefa, R$ 313 milhões fazem parte de uma parcela do acordo de leniência do Grupo Technip, R$ 44,8 milhões são do acordo de leniência da Camargo Corrêa, e R$ 67 milhões de renúncias voluntárias de três condenados.
O MPF afirma que foram efetivamente devolvidos para a Petrobras mais de R$ 3 bilhões ao longo da operação. Além disso, houve a devolução de outros cerca de R$ 800 milhões, sendo metade para a União, conforme a Lava-Jato.
Para o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, a atuação coordenada das instituições do estado é essencial para o combate à corrupção. “Nos acordos de colaboração e leniência, o trabalho conjunto dá mais segurança jurídica para que pessoas e empresas possam cooperar com as investigações”, disse.
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, elogiou o trabalho para a devolução dos recursos e de combate à corrupção na estatal. “Durante anos a Petrobras não pertenceu ao estado brasileiro. Na verdade, os verdadeiros donos eram os componentes dessa organização criminosa poderosa. A corrupção é um crime hediondo e enorme barreira para o crescimento a longo prazo”, afirmou.
Toffoli
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, negou um recurso da Petrobras e determinou que a empresa venda combustível para abastecer os navios iranianos ancorados no litoral do Paraná. Na semana passada, Toffoli tinha suspendido a ordem de abastecimento até ouvir o governo federal.
O abastecimento será feito por uma empresa que presta serviços para a Petrobras. O transporte é feito por barcaças que vão até os navios. São 1.700 toneladas de combustível para as duas embarcações. A maior parte, 1.200 toneladas, para a que está com tanques vazios, mas carregada de milho e pronta para ir embora. É encher os tanques e partir para o Golfo Pérsico.
O processo deve durar pelo menos seis horas. A Petrobras disse que ainda não foi notificada oficialmente e, por enquanto, não há uma previsão de quando os navios vão poder deixar o Brasil. As embarcações estão paradas há mais de um mês. Os dois navios iranianos chegaram ao Brasil com ureia, usada como fertilizante. O plano era carregar as embarcações com milho, abastecer e voltar para o Irã, uma carga avaliada em cerca de R$ 100 milhões.
A Petrobras disse que não podia vender o combustível para a empresa brasileira que contratou os navios, a Eleva Química. Segundo a estatal, os navios estão na lista de sanções dos Estados Unidos ao Irã e a Petrobras poderia sofrer retaliações.