Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de janeiro de 2019
Prestes a completar três semanas, a paralisação dos órgãos de governo dos Estados Unidos não afetou a emissão de vistos nos consulados norte-americanos no Brasil, apesar de já trazer consequências para o trabalho burocrático nas representações.
De acordo com um comunicado da embaixada do país em Brasília, os serviços considerados essenciais (que incluem o atendimento a cidadãos americanos e a emissão de vistos para estrangeiros) seguem funcionando normalmente e sem atrasos.
Questões que envolvam risco de vida, proteção da propriedade privada e segurança nacional também não foram afetadas pela falta de orçamento nas representações.
A paralisação, no entanto, atingiu alguns serviços considerados menos importantes. O site e as redes sociais da embaixada e dos consulados norte-americanos no Brasil, por exemplo, já estão sendo atualizados com menos frequência.
Questionados, representantes da unidade diplomática em São Paulo disseram que não há uma previsão sobre quanto tempo esta situação vai perdurar. Ressaltou, ainda, que não é possível dizer se há risco de a paralisação atingir a emissão de vistos caso o impasse continue por muito tempo.
Entenda
O problema acontece porque o Congresso Nacional dos Estados Unidos não chegou a um acordo para aprovar novas verbas orçamentárias para financiar parte das atividades do governo. Com isso, cerca de 800 mil funcionários de órgãos do Executivo estão trabalhando sem receber ou entraram em licença.
Alguns parques federais estão fechados por falta de empregados. O apagão parcial atinge 25% do governo federal, enquanto o restante já contava com recursos assegurados até setembro de 2019. Departamentos importantes foram afetados, como o de Segurança Doméstica, Justiça, Interior, Estado e Habitação e Desenvolvimento Urbano.
Esta é a terceira e mais longa paralisação do governo do presidente Donald Trump – as duas anteriores aconteceram em janeiro e em fevereiro de 2018. A principal razão para o impasse é a proposta do presidente de construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, medida criticada pela oposição.
Trump pede que o Congresso disponibilize mais de US$ 5 bilhões (R$ 18,6 bilhões) para a construção da barreira na divisa e já avisou que irá vetar qualquer acordo que não inclua a verba. Os democratas, porém, não aceitaram o ultimato e barraram o financiamento do muro. O partido chegou a propor que o governo reabrisse enquanto a questão da fronteira seguisse sendo debatida, mas os republicanos não aceitaram.
As negociações continuam em Washington, mas até o momento nenhum dos lados apresentou uma proposta que fosse aceita pelo adversário e o impasse não tem data para terminar.