Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2018
A Petrobras decidiu demitir sua gerente de Inteligência e Segurança, Regina de Luca, que chegou à companhia há dois anos a convite do então presidente, Pedro Parente. Ela era uma das estrelas da campanha publicitária da estatal, que falava de medidas anticorrupção.
O motivo da demissão não foi informado. Historicamente ligada ao PT, Regina foi secretária de Segurança Pública do Ministério da Justiça no governo Dilma Rousseff.
Fontes da empresa dizem que a demissão já é reflexo de decisões do governo Jair Bolsonaro (PSL). Em janeiro, o comando da estatal passará ao economista Roberto Castello Branco, que já participa de transição.
Na ação publicitária, Regina e outros funcionários citavam medidas para resgatar a confiança na estatal após a Operação Lava-Jato.
Venda de campos terrestres
A decisão do Conselho de Administração da estatal Petrobras de aprovar a venda de 34 campos de petróleo terrestres no Rio Grande do Norte foi suspensa por uma liminar da Justiça do Trabalho nesta sexta-feira (7).
Os campos haviam sido negociados com a brasileira 3R Petroleum por R$ 453,1 milhões, e a assinatura do contrato era prevista para esta sexta-feira, quando deveria ser pago à petroleira 7,5% do valor total, com o restante programado para a data de fechamento da operação.
Os contratos da cessão da participação total da petroleira nos campos de Pargo, Carapeba e Vermelho, o chamado Polo Nordeste, no Rio de Janeiro, seriam repassados para a empresa franco-britânica Perenco por US$ 370 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão).
O movimento ocorre após ação movida por sindicatos de trabalhadores, que alegam que a reunião do Conselho que aprovou o negócio não contou com a participação do representante dos empregados no colegiado.
O juiz do trabalho Carlito Antônio da Cruz determinou ainda a suspensão provisória da assinatura do contrato de cessão dos campos pelo prazo mínimo de 90 dias.
Ele decidiu também que a Petrobras deverá se abster de convocar nova reunião do conselho sobre o negócio, “salvo se garantir a participação efetiva do representante dos trabalhadores”.
“A decisão judicial devolve aos trabalhadores a importância de sua participação nos espaços de deliberação e tomadas de decisões da empresa”, disseram à Reuters em nota os advogados Ramon Koelle, Felipe Vasconcellos e Rodrigo Salgado, da Advocacia Garcez, que representou os sindicatos no processo.