Sábado, 27 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil A Polícia Federal iniciou investigação sobre ataques virtuais ao Tribunal Superior Eleitoral

Compartilhe esta notícia:

As eleições de 2020 foram as primeiras em que a divulgação da totalização dos votos foi centralizada no TSE. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Polícia Federal (PF) já iniciou a investigação sobre os ataques virtuais feitos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma equipe especializada na apuração de crimes cibernéticos, especialmente de casos de pedofilia e tentativas de fraudes bancárias na internet, vai atuar no caso. O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, apontou a ação de “milícias digitais” e disse na última segunda (16) ver “motivação política” nos ataques virtuais sofridos pela Justiça Eleitoral no domingo (15), dia de votação do primeiro turno das eleições municipais.

Nesta terça (17), Barroso se desculpou pela primeira vez à sociedade brasileira por outro problema enfrentado pelo TSE no dia do primeiro turno: o atraso na divulgação dos votos. “Peço desculpas aos colegas e à sociedade brasileira pelos problemas que enfrentamos. Mas esclareço que não houve nenhum tipo de comprometimento para a fidedignidade do voto, para a fidelidade da manifestação da vontade popular”, disse o ministro ao abrir a sessão plenária.

Segundo o ministro, a eleição transcorreu com absoluta tranquilidade, regularidade, mas houve um “pequeno problema” no processamento dos dados, o que levou à demora na divulgação dos votos apurados. As eleições de 2020 foram as primeiras em que a divulgação da totalização dos votos foi centralizada no TSE. Antes, cada um dos 27 tribunais regionais eleitorais fazia as suas totalizações, de forma independente. A mudança nos procedimentos foi determinada na gestão de Rosa Weber no TSE, que acolheu um relatório técnico da Polícia Federal.

“Até que se detectasse efetivamente o problema supôs-se, num primeiro momento, que fosse a falha de um dos oito processadores do supercomputador, mas, na verdade, o problema foi de apreensão equivocada da tarefa pela inteligência artificial. O tempo de atraso, pouco mais de duas horas, foi o esforço de detectar o problema. [Ele] foi resolvido e nós conseguimos divulgar os resultados ainda no próprio dia das eleições, próximo da meia-noite”, afirmou Barroso, considerando a velocidade da apuração um “feito extraordinário”.

Nos bastidores, a condução da crise no TSE, que também sofreu com atrasos na divulgação dos votos, tem provocado críticas à atuação de Barroso. Um ministro da Corte Eleitoral, que pediu para não ser identificado, considerou uma “lástima” o comportamento de Barroso. O presidente do TSE tem sido criticado reservadamente por integrantes, tanto do TSE quanto do Supremo Tribunal Federal (STF), por mudar a versão sobre a lentidão na atualização dos votos – e por responsabilizar a gestão de sua antecessora, Rosa Weber, pela decisão sobre a centralização na divulgação dos dados.

A lentidão na totalização dos votos inflamou a militância digital bolsonarista, que voltou a lançar suspeitas – sem provas – sobre a lisura do processo eleitoral. Também ampliou o desgaste interno do secretário de tecnologia da informação do tribunal, Giuseppe Janino – Janino é um dos criadores da urna eletrônica no Brasil.

De acordo com o TSE, a centralização da apuração no TSE custa R$ 6,5 milhões ao ano – o contrato firmado com a empresa Oracle, de R$ 26 milhões, é válido por 48 meses. A descentralização, por outro lado, representaria um custo estimado de R$ 130 milhões em um intervalo de dez anos, uma estimativa que engloba R$ 20 milhões necessários inicialmente apenas para a aquisição de 108 servidores – quatro para cada TRE, além de R$ 11 milhões a cada ano para o TSE recepcionar os dados e divulgá-los.

Elo

O TSE tem procurado afastar qualquer relação entre os ataques virtuais ao sistema da Corte Eleitoral e a lentidão na divulgação dos votos.

De acordo com a apuração da ONG SaferNet, às 9h25 do domingo foram divulgadas informações de servidores e ex-ministros do TSE obtidas em ataque ocorrido em 23 de outubro. Os dados, porém, eram referentes ao período entre 2001 e 2010, e não tinham qualquer relação com o processo eleitoral.

Mesmo assim, o fato foi usado nas redes para colocar em dúvida a segurança das urnas eletrônicas. “A divulgação foi feita no dia da eleição para trazer impacto e para fazer parecer fragilidade do sistema eleitoral”, declarou Barroso. Um dos que deram vazão a esta narrativa foi o deputado federal bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR), investigado pelo Supremo no inquérito das fake news.

Em coletiva, Barroso apontou as ligações políticas dos grupos que embarcaram na campanha de desinformação a partir das primeiras notícias de ataques ao TSE.

Barroso também deu na ocasião uma nova versão para o atraso na totalização dos votos no primeiro turno, feita apenas às 23h55 do domingo. Segundo ele, a entrega de um “supercomputador” pela empresa Oracle foi atrasada por causa da pandemia do novo coronavírus. Comprado em março, o equipamento chegou em agosto.

Assim, afirmou o ministro, não houve tempo suficiente para testes prévios e a inteligência artificial do sistema não foi capaz de aprender a tempo a processar o volume de informações que recebeu.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Brics apoiam candidatura do Brasil para Conselho de Segurança da ONU
Covid-19: Ministério da Saúde se reúne com equipe da Pfizer
https://www.osul.com.br/a-policia-federal-iniciou-investigacao-sobre-ataques-virtuais-ao-tribunal-superior-eleitoral/ A Polícia Federal iniciou investigação sobre ataques virtuais ao Tribunal Superior Eleitoral 2020-11-17
Deixe seu comentário
Pode te interessar