Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2019
A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta quarta-feira (05) a Operação Escobar para combater um esquema de corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, obstrução de justiça e violação de sigilo funcional, em Minas. A investigação cita Andrea Neves, irmã do deputado Aécio Neves (PSDB/MG), como suposta beneficiária de informações privilegiadas cedidas por agentes da corporação a advogados.
A Escobar é desdobramento da Operação Capitu, investigação sobre suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura no governo Dilma. Em novembro de 2018, a Capitu apreendeu documentos na residência de Andrea, em Belo Horizonte.
Nesta quarta-feira, a PF prendeu quatro investigados – três mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária. Os agentes cumpriram sete mandados judiciais de busca e apreensão nos escritórios dos advogados Ildeu da Cunha Pereira e Carlos Alberto Arges Júnior. A PF apreendeu o celular do defensor de Andrea Neves, Sanzio Baioneta Nogueira.
Os agentes também cumpriram mandados de intimação para que “possíveis envolvidos prestem esclarecimentos”. Segundo a PF, a investigação teve início após a apreensão, “na casa de investigados”, de documentos sigilosos e internos da Polícia Federal, quando do cumprimento de mandados da Operação Capitu, em novembro de 2018.
“Feitos os levantamentos e inúmeras diligências, foi possível constatar que advogados teriam cooptado servidores desta instituição, no intuito de obter, de forma ilegal, acesso a informações sigilosas ligadas a investigações em andamento nesta Superintendência”, informou a Polícia Federal.
De acordo com a investigação, os advogados com “acesso privilegiado às informações usavam tal artifício para oferecer a seus clientes facilidades ilegais”. Na avaliação dos federais, “tal atitude não só prejudica investigações como coloca em risco a segurança dos policiais envolvidos nos trabalhos”.
Sobre a prisão de dois agentes seus, a Polícia Federal destacou. “A repressão contra atos de servidores do órgão policial é extremamente sensível e, embora cause desconforto aos investigadores e a toda a instituição, é essencial para a manutenção da lisura e do compromisso que a Polícia Federal tem de servir à sociedade brasileira. O advogado Ildeu Pereira pergunta se teria “gente conhecida”, ao que o policial responde que não, mas que não seria possível ver todos os alvos, que eram muitos.