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Brasil A política fez com que parentes deixassem de se falar, rompeu amizades e transformou adversários em inimigos

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(Foto: Reprodução)

Nos últimos dois meses, a polarização política nunca vista no Brasil fez das redes sociais um campo de batalha. Amizades foram desfeitas, parentes deixaram de se falar e adversários viraram inimigos. Duas semanas depois do resultado das urnas, qual a marca deixada por tantas tretas?

Pesquisa feita pelo aplicativo Toluna, um dos maiores sites de pesquisas do mundo, mostra que quase metade dos entrevistados (48,26%) não retomou o relacionamento que tinha antes. Dos 533 eleitores ouvidos pelo levantamento, 38% tiveram algum tipo de conflito, de moderado a sério, com familiares ou amigos pelas redes sociais.

A maioria (58,71%) respondeu que o período eleitoral se mostrou desgastante para os relacionamentos mais próximos. Cerca de 41% afirmou que não se arrepende de ter rompido relacionamentos em família ou entre amigos.

“Fui expulsa de dois grupos de WhatsApp, um da minha família e outro da minha igreja. São todos falsos, verdadeiros lobos em peles de cordeiro, que na hora de votar, não levaram em conta aquilo que pregam no dia a dia. Foi ótimo ter brigado e saído desses grupos”, contou Sandra (nome fictício), de 37 anos, que pediu para não ser identificada.

Outro questionamento da pesquisa foi com relação à frequência de postagens nas redes sociais: 24,58% disseram que diminuíram o ritmo de publicações, 18,76% aumentaram, e 56,66% responderam ser indiferentes.

Venceslau Amilcar Peres, de 32 anos, está entre os que dizem ter reduzido a quantidade de postagens sobre política após as eleições. “Fiz uns 30 posts por dia antes de outubro. Estava ficando insuportável comigo mesmo. Alguém postava algo que não ia de acordo com minha corrente de pensamento e eu imediatamente rebatia. Ia até de madrugada nas redes sociais. Agora me sinto mais leve. Parece que tirei um peso das costas”, escreveu no Facebook.

Especialista em Marketing Digital e assuntos de famílias nas redes sociais, Simoní Rodrigues, da Agência Voa Balão, destaca que a internet é um ambiente onde a vergonha, a timidez e a falta de opinião, não existem. E por isso mesmo, um campo aberto para verdadeiras “guerras virtuais de egos”.

“As pessoas ficam mais encorajadas e saem escrevendo tudo que pensam. O assunto viraliza, tomando proporções absurdas. Muitos acham que por não existir o olho no olho, podem postar o que quiserem. Na hora da raiva, o melhor é respirar fundo e não postar nada. Se postou, deleta”, aconselha Simoní.

No portal Lunetas, o psicólogo Alexandre Amaral criou um ponto de discussão, intitulado ‘Briguei com quem eu amo nas eleições’. Ele dá receita de como lidar com as cicatrizes deixadas pelos embates eleitorais. “Assuma o que aconteceu. Dê um tempo para a poeira baixar. Vai cortar de vez a relação com um ou outro? É um direito seu, mas tem que haver tempo para se tomar qualquer decisão. Até porque, o outro lado também pode voltar atrás em alguma atitude, o surpreendendo”.

Márcia Modesto, psicóloga, psicanalista e terapeuta familiar, diz que o estresse em virtude de divergências políticas é semelhante a um sentimento de traição. “As pessoas estão magoadas, se dizendo decepcionadas, pois viram que seus pensamentos e opiniões não são unanimidade. E para curar mágoa, nada melhor que o perdão sincero como remédio”, ensina.

Atritos familiares

Em uma pesquisa anterior, também feita no período eleitoral, com 1.030 entrevistados, o Toluna revelou que 39,61% tiveram atritos familiares. Desses, 35,29% disseram que as desavenças mais ríspidas foram com primos, seguidos de tios (30.88%), pais (29, 17%) e irmãos (23,04%).

Segundo Márcia, o momento atual revela como boa parte das pessoas está completamente imatura. “Ofendem e falam palavrões. Então, temos um pacote: traição, mágoa, desrespeito e imaturidade”.

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