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Brasil A Procuradoria-Geral da República pediu uma autorização para contratar o “cérebro suíço” da Operação Lava-Jato

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O ex-procurador suíço Stephan Lenz. (Foto: Flickr)

A PGR (Procuradoria-Geral da República) pretende contratar o ex-procurador suíço Stephan Lenz, que liderava as investigações sobre a Petrobras e a Odebrecht no âmbito da Operação Lava-Jato no país europeu. Considerado pelo MP (Ministério Público) suíço o “cérebro” das investigações do caso brasileiro, Lenz pediu demissão do cargo no fim do ano passado.

Com o trabalho do suíço, a PGR espera repatriar a fortuna ainda bloqueada em mais de quarenta bancos do país europeu. Ele atuaria como uma espécie de consultor e advogado dos interesses da PGR na Suíça. O pedido aguarda ainda posição da AGU (Advocacia-Geral da União).

Durante dois anos de trabalho, Lenz bloqueou mil contas com 1 bilhão de dólares (4,07 bilhões de reais). Cerca de 190 milhões de dólares (773,5 milhões de reais) já foram repatriados ao Brasil. A cooperação suíça também foi responsável pelo envio de extratos bancários do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso em Curitiba.

Passaram também pela mesa de Lenz casos como o do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, do ex-ministro Henrique Eduardo Alves, de doleiros, bem como o dossiê de 2.000 páginas relativas aos extratos bancários de empresas de fachada usadas pela Odebrecht. Ele também tem sido procurado para colaborar com o Ministério Público do Peru para repatriar dinheiro suspeito de ter sido usado em corrupção.

Estrutura

Enquanto a PF (Polícia Federal), no Brasil, extinguiu o grupo de trabalho exclusivo para a Lava-Jato em Curitiba, o MP afirmou que espera manter a colaboração com a PGR. Em comunicado, o escritório do procurador-geral da Suíça, Michael Lauber, afirmou que “tomou nota” da “reorganização” ocorrida no Brasil com a Lava-Jato. “O escritório está confiante de que, baseado em um entendimento mútuo sobre a importância de combater crimes econômicos internacionais e lavagem de dinheiro, a atual cooperação entre as autoridades do Brasil e Suíça continuará a gerar resultados concretos”, afirmou.

“Chave para isso é a cooperação internacional em andamento, em especial em processos complexos”, disse. “Graças a essa cooperação, ativos foram desbloqueados com o consentimento do dono da conta e acordos foram feitos para que os ativos pudessem ser retornados às partes que sofreram perdas”, destacou, em referência aos entendimentos para a devolução de dinheiro de ex-diretores da Petrobras que chegaram a acordos de delação premiada.

Os suíços ampliaram a equipe de investigadores na medida em que o caso começou a aumentar de proporção. Segundo Lauber, a equipe envolve cerca de dez pessoas.

O grupo suíço inclui analistas forenses, analistas de tecnologia da informação, especialistas em lavagem de dinheiro, advogados e especialistas em corrupção internacional. Segundo o MP, a força-tarefa ainda é reforçada pela presença da Polícia Federal suíça, além do Escritório Federal de Justiça.

Bancos

Em pouco mais de três anos, o MP de Berna determinou o congelamento de dezenas de contas, em um processo que envolveu operações nos principais bancos do sistema suíço, entre eles o J. Safra Sarasin, UBS, HSBC, Julius Baer, Pictet, Lombard Odier e Credit Suisse.

Com o congelamento também vieram milhares de páginas de extratos e a constatação de que os suíços teriam de transferir alguns dos casos ao Brasil. Esse foi, por exemplo, o caminho adotado para o processo criminal contra Cunha na Suíça e que foi integralmente enviado à PGR. Berna, naquele momento, optou por abrir mão de processar o ex-deputado, mas entregou aos procuradores brasileiros um caso praticamente pronto, até mesmo revelando o padrão de compras de sua família. De acordo com um procurador em Brasília, foi preciso “apenas” traduzir o documento.

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https://www.osul.com.br/a-procuradoria-geral-da-republica-pede-autorizacao-para-contratar-cerebro-suico-da-operacao-lava-jato/ A Procuradoria-Geral da República pediu uma autorização para contratar o “cérebro suíço” da Operação Lava-Jato 2018-09-21
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