Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de abril de 2018
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou neste sábado que não utilizou seus sistemas de defesa antiaérea instalados na Síria para repelir o ataque dos Estados Unidos e seus aliados contra instalações do governo de Bashar al-Assad.
“Nossos sistemas antiaéreos não foram usados. Nenhum míssil [aliado] entrou na área defendida pela Rússia”, disse em entrevista coletiva, o chefe de operações do Estado Maior russo, Sergei Rudskoi.
No entanto, as defesas russas instaladas na base aérea de Khmeimim e no porto de Tartus, na província de Latakia, “foram colocadas em alerta de combate”, enquanto “os caças russos sobrevoavam” a área, disse o general.
Rudskoi afirmou que os sistemas antimísseis da Síria, a maioria dos quais são de produção soviética, derrubaram 71 foguetes lançados pelos EUA e Reino Unido. No último ano e meio, “a Rússia restabeleceu os sistemas de defesa antiaérea da Síria e segue trabalhando no seu aperfeiçoamento”, completou.
“Há alguns anos, por conta de um pedido insistente de nossos parceiros ocidentais, renunciamos o fornecimento à Síria os (sistemas) s-300. Após o ocorrido, acreditamos oportuno voltar a estudar este assunto”, afirmou o general. Por outro lado, Rudskoi assegurou que no ataque realizado pelos aliados nenhum militar sírio faleceu.
Ele também observou que, além dos objetivos científicos e industriais, o ataque foi dirigido contra três aeroportos das Forças Aéreas sírias, entre eles a base aérea de Shayrat, atacada no ano passado pelos norte-americanos.
Segundo o militar russo, as forças sírias conseguiram derrubar todos os mísseis dirigidos contra esses aeroportos.
Durante os ataques aéreos à Síria, os Estados Unidos tomaram o cuidado em não atingir nenhum dos cerca de cinco mil soldados russos que apoiam Assad em sua guerra civil desde 2015.
Moscou havia dito que qualquer baixa seria respondida, e enviou os cerca de 15 navios que tem estacionados no porto sírio de Tartus. Com isso, além de protegê-los de uma posição fixa exposta, garantia o risco de contra-atacar.
ONU
O Conselho de Segurança da ONU rejeitou neste sábado uma resolução apresentada pela Rússia para condenar o ataque lançado contra a Síria por Estados Unidos, Reino Unido e França. A proposta de resolução recebeu apenas três votos a favor – Rússia, China e Bolívia -, oito contrários e quatro optaram pela abstenção.
A resolução considerava que o ataque representa uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas e pedia às três nações que evitem no futuro o uso da força contra o regime de Bashar Assad.
O texto também expressava a “grave preocupação” pela “agressão” contra a soberania territorial da Síria e solicitava à comunidade internacional que permitisse os trabalhos de uma equipe de especialistas que chegou neste sábado ao país para investigar denúncias sobre o suposto uso de armas químicas no último dia 7 de abril.