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Por Redação O Sul | 12 de setembro de 2019
O módulo de pouso Vikram, que faz parte da missão da sonda indiana Chandrayaan-2, foi localizado pela Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO, na sigla em inglês).
A ISRO havia perdido o contato com a Vikram na última sexta-feira (6), quando a sonda estava se aproximando da Lua para um pouso suave.
O chefe da ISRO, Kailasavadivoo Sivan, anunciou que a descida do módulo Vikram estava normal até chegar a uma altitude de 2.1 km, quando a agência perdeu o contato com a sonda.
A Vikram foi localizada pelas câmeras da sonda Chandrayaan-2, que está na órbita da Lua. Sivan disse que a agência acredita que Vikram fez um pouso “duro”, que é quando a aeronave faz uma aterrissagem mais brusca, ou seja, com mais impacto.
Especialistas ainda estão analisando os dados para entender melhor o que exatamente se passou nos fatídicos três minutos finais. Dos últimos sinais de telemetria recebidos durante a descida, parece que a velocidade do módulo, que carregava em seu interior o falecido rover Pragyan, estava muito mais rápida do que deveria: 58 metros por segundo. É provável que o sistema autônomo de pouso tenha apresentado alguma falha.
Trata-se de uma tecnologia nova criada pela ISRO para dar mais autonomia durante a descida controlada. É promissora, mas ainda não havia sido testada. Certamente a agência vai aprender com essa falha e aprimorar seus processos para acertar nas próximas vezes — é assim que a exploração espacial evolui. A boa notícia é que a sonda orbital da missão Chandrayaan-2 segue firme e forte por um ano na órbita lunar. E ela fotografou o Vikram.
De acordo com a agência de notícias Press Trust of India, o diretor da ISRO, Kailasavadivoo Sivan, afirmou que o pouso deve ter sido muito duro e disse também que as câmeras a bordo da espaçonave identificaram o local do impacto, a 603 quilômetros do polo sul lunar. O principal objetivo, tanto do pousador quanto do rover, era investigar a presença de água na região durante um dia lunar (14 dias) — a Chandrayaan-1, de 2008, sugeriu haver fartura do recurso por ali.
Quantificar quanto exatamente existe de água na Lua é essencial para o futuro da exploração lunar, principalmente quando se fala de missões tripuladas ou mesmo de bases e colônias permanentes na superfície. Essa reserva pode ser estratégica para suprir astronautas e também para abastecer cápsulas e foguetes. A missão segue com esses estudos a partir da órbita. Mas o desejo de tocar a superfície da Lua pela primeira vez certamente motivará novas missões no futuro.