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Economia A taxa básica de juros no maior nível em 20 anos são um balde de água fria para as vendas de geladeiras, fogões, TVs e celulares neste final de ano

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Comerciantes de bens duráveis dão indicações de que pretendem fazer ajustes em estoques e no quadro de funcionários. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

A taxa básica de juros no maior nível em 20 anos e quase a metade da população adulta brasileira inadimplente são um balde de água fria para as vendas de itens de maior valor, como geladeiras, fogões, TVs e celulares, por exemplo, neste final de ano.

Esse cenário ganha relevância porque a Black Friday, em novembro, e o Natal, em dezembro, são as principais datas para a venda de bens duráveis. O último bimestre responde por um quarto das vendas de duráveis do ano e quase a metade das vendas do primeiro semestre. Normalmente, esses bens são comprados a prazo e as perspectivas, no momento, são desfavoráveis para financiamentos.

Comerciantes de bens duráveis dão indicações de que pretendem fazer ajustes em estoques e no quadro de funcionários. Em setembro, 10,9% dos empresários do setor declararam que pretendiam “reduzir muito” o quadro nos próximos meses, ante 6,7% em setembro de 2024, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Quanto aos estoques, a fatia de empresários do varejo de bens duráveis com volume de produtos acima do adequado em seus galpões em agosto deste ano estava em 25,9%, ante 25,7% no mesmo mês de 2024.

A consulta a cerca de 6 mil varejistas de todos os segmentos mostra que aqueles que vendem bens duráveis estão mais pessimistas com o fim do ano se comparado aos de bens não duráveis, como alimentos, e semiduráveis, como vestuário. “Está dado para o empresário de bens duráveis que ele vai ter um final de ano mais difícil, porque o crédito tende a permanecer mais caro”, diz Fabio Bentes, economista-chefe da CNC e responsável pelo levantamento.

Em setembro de 2024, os juros básicos, a Selic, estavam em 10,75% ao ano; hoje, estão em 15% ao ano, maior nível em duas décadas. “Vamos ter realmente uma desaceleração mais forte nos bens duráveis”, diz o economista Rodolpho Tobler, coordenador de sondagens da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Tobler destaca que o impacto nos bens duráveis tende a ser maior porque não são produtos essenciais, têm valor elevado e a demanda é muito influenciada pelos juros e pela inadimplência. Em julho, havia no País 78,2 milhões de inadimplentes, quase a metade da população adulta, segundo a Serasa Experian.

Nesse cenário, ele afirma que “o consumidor está aparentemente mais cauteloso para ( ir às compras) neste final do ano”.

O fotógrafo autônomo Carlos Henrique Montesini, de 61 anos, por exemplo, precisa comprar três itens de alto valor: uma geladeira, um celular e uma máquina fotográfica. Mas não pode adquirir nenhum. Ele precisou parcelar uma dívida de condomínio e fez um empréstimo para quitar contas atrasadas de internet e de luz. “Vou tentar levar essa história assim até melhorar a renda e me livrar das dívidas passadas”, diz.

A decisão de milhões de brasileiros de primeiro quitar as dívidas em atraso e só depois voltar às compras deve ter reflexos também na indústria neste fim de ano. Segundo apurou o Estadão, há um certo atraso no envio de pedidos do varejo junto aos fabricantes de eletroeletrônicos. Normalmente, as encomendas para a Black Friday e o Natal ocorrem no fim de agosto. Mas, neste ano, foram adiadas para o fim de setembro.

Apesar da cautela, José Jorge do Nascimento, presidente da Eletros, que reúne os fabricantes de eletroeletrônicos, não acredita em frustração no final de ano. “A expectativa das indústrias é ao menos repetir o desempenho do ano passado”, diz.

No primeiro semestre deste ano, as vendas da indústria eletroeletrônica para o varejo ficaram estáveis em relação a igual período de 2024 nas linhas branca e marrom, segundo a Eletros. A única linha na qual houve aumento nos volumes foi a de eletroportáteis, que são itens menos dependentes de crédito e tíquete médio menor (R$ 200). Mas o avanço foi de apenas 1%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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