Sexta-feira, 16 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2021
A BBV152, vacina Covaxin, apresentou uma eficácia de 77,8% contra a Covid-19 em ensaio de fase 3. Os dados foram divulgados na sexta-feira (2) na plataforma Medrxiv, ou seja, o artigo ainda é uma pré-publicação que aguarda a revisão de outros cientistas e aceitação de revistas especializadas.
O estudo randomizado e duplo-cego – com escolha aleatória dos participantes de cada grupo e sem o conhecimento dos envolvidos nos resultados – recrutou pessoas de 18 a 98 anos em 25 hospitais da Índia.
Foram aplicadas duas doses da Covaxin com um intervalo de 4 semanas entre elas. Entre 16 de novembro de 2020 e 7 de janeiro de 2021, 24.419 pessoas participaram dos ensaios — 12.221 no grupo que recebeu a vacina e, no que recebeu o placebo (substância neutra substituída sem conhecimento do paciente), 12.198.
– Durante a pesquisa, 130 pessoas desenvolveram a Covid-19 sintomática pelo menos duas semanas após a segunda dose;
– Entre estes casos, 24 ocorreram entre os vacinados e, no grupo placebo, 106;
– Assim, a eficácia geral é de 77,8%;
– Ocorreram 16 casos de Covid-19 grave – 1 vacinado com a Covaxin e 15 com o placebo;
– Por isso, a taxa de eficácia contra casos graves é de 93,4%;
– Além disso, a Covaxin apresentou uma eficácia de 65,2% contra a B.1.617.2, a variante Delta.
De acordo com os autores, o imunizante foi bem tolerado e sem eventos adversos relevantes ou graves. Nenhuma morte relacionada à vacina foi registrada durante o ensaio.
Covaxin e a CPI
A negociação do governo brasileiro para a compra da Covaxin, produzida na Índia, é alvo da CPI da Covid. Foi a única em que o presidente Jair Bolsonaro intercedeu pessoalmente para agilizar a compra, que foi acertada antes de a Anvisa dar o aval emergencial para o seu uso e apesar do alerta sobre a falta de certificado de boas práticas de fabricação da vacina.
Até o momento, a Anvisa aprovou apenas uma autorização de importação excepcional de 4 milhões de doses e com uso restrito.
A Procuradoria da República no Distrito Federal apontou “temeridade do risco assumido pelo Ministério da Saúde” na compra do imunizante.
O chefe do Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, denunciou ter sofrido pressão para favorecer a Precisa Medicamentos, representante no Brasil da empresa indiana Barath Biontech, desenvolvedora da vacina.
Ele prestou depoimento à CPI ao lado do irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Eles contaram ter relatado as irregularidades pessoalmente ao presidente Bolsonaro.
O deputado disse que, ao ouvir as denúncias, o presidente citou nominalmente o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). Em uma rede social, Ricardo Barros disse que não participou de negociações sobre a compra da Covaxin. As informações são do portal de notícias G1.