Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2020
A empresa americana Moderna anunciou nesta semana que os testes clínicos de sua vacina experimental contra a Covid-19, uma das mais avançadas, não serão concluídos antes de 25 de novembro. O prazo exclui portanto qualquer comercialização do imunizante antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para 3 de novembro.
“Teremos dados suficientes sobre a segurança (da vacina) em 25 de novembro para podermos solicitar uma aprovação emergencial da Agência Federal de Medicamentos, desde que os dados de segurança sejam positivos”, disse Stéphane Bancel, CEO da Moderna, em conferência organizada pelo jornal “Financial Times”.
A Moderna, juntamente com as empresas farmacêuticas americanas Pfizer e Johnson & Johnson, está na fase 3 dos testes clínicos, na qual a vacina experimental ou um placebo são injetados aleatoriamente em dezenas de milhares de voluntários para verificar se a vacina é segura e eficaz.
Os testes da fase 3 da vacina AstraZeneca/Oxford continuam suspensos no país, mesmo depois de pesquisadores atestarem que a retomada dos testes é segura — os ensaios voltaram no Brasil e em outros países.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, candidato a um segundo mandato, expressou repetidamente o desejo de obter uma vacina antes das eleições de 3 de novembro, o que suscitou preocupação em especialistas em saúde pública sobre uma possível pressão política no processo de regulamentação.
Apenas um laboratório, Pfizer, espera resultados até o final de outubro, poucos dias antes da votação, o que permitiria à empresa buscar imediatamente a aprovação da Agência Federal de Medicamentos.
Este protocolo de testes fornece uma análise provisória dos dados em um estágio relativamente inicial em comparação com os outros. Mas cientistas e especialistas em ensaios clínicos alertam para os riscos de uma aprovação muito rápida, pois consideram mais pertinente testar a vacina por mais alguns meses, para ter certeza de sua eficácia e possíveis efeitos colaterais, especialmente porque a vacina seria aplicada em centenas de milhões de pessoas.
Trump com covid-19
Trump foi levado a um hospital nesta sexta-feira (2) após receber diagnóstico de Covid-19, informou a Casa Branca. Segundo o governo americano, a decisão pela entrada na unidade de saúde foi tomada como medida de precaução.
De acordo com Kayleigh McEnany, porta-voz da Casa Branca, Trump foi atendido no Centro Médico Militar Walter Reed, perto da capital Washington. Imagens da televisão americana mostraram o presidente caminhando, sem aparentar maiores dificuldades, até o helicóptero que o levou ao hospital. Poucos minutos depois, ele chegou à unidade.
A porta-voz também disse que Trump tem sintomas leves, trabalhou ao longo do dia e “permanece animado”. Comunicado divulgado mais cedo pela Casa Branca dizia que o presidente sentia fadiga e que ele recebeu uma dose de oito gramas de um coquetel antiviral ainda em fase de testes nos EUA, segundo a nota oficial.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Trump disse que “acha que está muito bem”. “Mas vamos ter certeza de que as coisas vão dar certo”, afirmou, sobre a ida ao hospital.
Trump disse ainda que a primeira-dama Melania Trump, também diagnosticada com o novo coronavírus, passa bem. Ela teve tosse e dor de cabeça, segundo a Casa Branca, mas não deu entrada no hospital.
No entanto, fontes da Casa Branca disseram a veículos de imprensa dos EUA que Trump também apresentou febre e falta de ar. As informações sobre esses sintomas, porém, não foram confirmadas pelo governo americano.
De acordo com o governo, Trump trabalhará de dentro da suíte presidencial do hospital. A unidade, diz a Casa Branca, tem estrutura para que o presidente despache do quarto.
Dessa forma, Trump não precisou transmitir a presidência ao vice, Mike Pence. Ele também foi testado, mas recebeu resultado negativo para covid-19.