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Esporte O adiamento dos Jogos de Tóquio lança dúvidas sobre projeto de luxo na Vila Olímpica

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Parte da Vila dos Atletas Olímpicos fica à beira-mar em Tóquio. (Foto: Reprodução)

Centenas de apartamentos de luxo com vista para a baía de Tóquio, que serão convertidos após abrigarem a Vila Olímpica, já foram vendidos. Essa é uma das muitas dores de cabeça causadas pela decisão histórica de adiar os Jogos Olímpicos no Japão, que começariam em 24 de julho, para 2021.

Alardeados pelos incorporadores de imóveis como “um bairro símbolo dos estilos de vida urbanos”, os edifícios abrigarão os 11 mil competidores da Olimpíada e serão convertidos rapidamente em mais de 4.000 apartamentos com vistas deslumbrantes da cidade, alguns dos quais com preços da ordem de 170 milhões de ienes (R$ 7,7 milhões).

A decisão de adiar os jogos por até um ano deixou os compradores na incerteza, de acordo com Zoe Ward, diretora da Tokyo Property Central. Cerca de 900 unidades já foram vendidas. “Mesmo que não seja um revés financeiro, os compradores ainda assim sofrerão grandes inconveniências”, disse Ward à AFP.

Ela acrescentou que os compradores com certeza vasculhariam as letras miúdas dos contratos para ver se podem cancelar a compra sem perder seus depósitos –que no geral têm valor equivalente a 5% do preço do imóvel.

Tomohiro Makino, presidente-executivo da consultoria Oraga Research e especialista no mercado imobiliário do Japão, disse à AFP que os incorporadores enfrentam um “duplo problema”: a queda generalizada do mercado e problemas de imagem associados ao projeto da Vila Olímpica.

“Há a preocupação de que os preços possam cair. Se a empolgação [quanto à Olimpíada] desaparecer, a situação será severa para o lado vendedor”, disse Makino. Um dos maiores atrativos dos imóveis –o de que eles serão parte do legado olímpico– agora pode ser maculado, ele afirmou.

Makino disse que os incorporadores estariam cobertos legalmente pelas cláusulas de força maior que constam dos contratos, mas, dado o perfil prestigioso do projeto, pode ser que se inclinem a demonstrar flexibilidade —especialmente porque apenas um quarto das unidades previstas foi colocada à venda.

Os vendedores vêm divulgando o projeto, que abarca 23 torres de apartamentos capazes de abrigar até 12 mil pessoas, como “o complexo urbano onde tudo começa”, com vistas para o oceano, a Torre de Tóquio e o reluzente “skyline” da capital japonesa.

O terreno de 18 hectares também abrigará escolas, um playground, piscinas e academias de ginástica. Os apartamentos que serão convertidos das acomodações construídas para abrigar atletas de elite serão um pouco maiores do que as unidades de moradia médias de Tóquio, que tendem a ser pequenas.

O projeto é uma joint venture que reúne 11 das maiores incorporadoras de imóveis do Japão.

Uma porta-voz de uma dessas empresas, a Mitsui Fudosan, disse à AFP que “estamos avaliando rapidamente o impacto que o adiamento da Olimpíada terá, com as autoridades e companhias envolvidas no projeto”.

A venda de um segundo lote de unidades foi adiada de março para junho ou ainda mais tarde, disse outro dirigente da empresa, insistindo em que isso havia acontecido “por efeito do novo coronavírus. Nada teve a ver com um possível adiamento da Olimpíada”.

Ward afirmou que embora persistissem incertezas, tanto para os compradores quanto para os incorporadores, a situação agora era melhor do que o limbo que eles vinham enfrentando antes que o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Japão tomassem sua decisão sem precedentes.

“Quando o governo tiver uma agenda clara [quanto à realização dos Jogos], o projeto voltará a realizar vendas ativas”, ela disse.

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