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Brasil Adotando a fala do presidente americano Donald Trump, os filhos de Jair Bolsonaro chamam de “farsa” os alertas sobre as mudanças climáticas

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Especialistas alertam que o desdém dos Bolsonaro sobre o Acordo de Paris pode arranhar a imagem do País. (Foto: Reprodução)

Não bastassem as ameaças do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) sobre uma retirada do governo brasileiro do Acordo de Paris, os seus filhos têm apresentado um histórico público de críticas – algumas delas em tom de deboche – sobre os alertas relativos ao aquecimento global.

No País, a saída do pacto estaria condicionada à aprovação pela maioria na Câmara e no Senado -o PSL de Bolsonaro terá a segunda maior bancada na Câmara Federal a partir de 2019. Desde o ano passado, há menções de Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro no Twitter sobre aquecimento global.

“O aquecimento global proporcionando o dia mais frio do ano no Rio de Janeiro!”, escreveu o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) na rede social. “A nova dos destruidores de reputação e comedores de alfafa: quem não acredita em aquecimento global acredita em terra plana! É muita maconha!”, prosseguiu, de forma irônica.

Seu irmão Flávio, senador eleito também pelo PSL do Rio de Janeiro, referiu-se ao aquecimento global como fruto de “fake news” e compartilhou um link que seria sobre o assunto (atualmente o endereço leva a uma página não relacionada ao tema).

No início deste ano, o então deputado federal Eduardo Bolsonaro gravou um vídeo em meio à neve nos Estados Unidos. Nas imagens, ele citava o presidente norte-americano Donald Trump e os planos de saída do pacto, afirmando que o aquecimento global “é uma farsa”.

Em outro post na mesma rede social, o filho do então pré-candidato ao Palácio do Planalto teorizava: “O termo ‘aquecimento global’ ficou muito cara-de-pau, então convencionaram mudar para ‘mudança climática’, como se a Terra durante toda a sua existência não estivesse em constante mudança. Mas não se engane, as intenções seguem as mesmas”.

A hostilidade aberta preocupa analistas. Para o cientista político Antonio Lavareda, o principal capital de um país que não é potência militar e nem econômica é a imagem. “Há uma consciência global em relação ao ambiente e qualquer postura desafiadora em relação ao Acordo de Paris causaria um arranhão na imagem do Brasil”, afirma.

Acordo de Paris

O Acordo de Paris foi assinado em 2015 por 195 países que se comprometeram a limitar o aquecimento global preferencialmente a até 1,5°C. Por meio desse documento, o Brasil deverá reduzir em 37% suas emissões de gases de efeito estufa até 2025 e chegar a 43% em 2030.

Para o coordenador do Programa de Política e Economia Ambiental do FGVces (Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas), Guarany Osório, o aquecimento global é, sem qualquer dúvida, um problema que afeta a segurança nacional.

“O aumento de temperatura a médio e longo prazos faz com que eventos extremos sejam mais frequentes e severos. A mudança climática afeta a segurança hídrica, alimentar e energética. Desconsiderar isso em política de planejamento é o mesmo que negligenciar riscos futuros”, ressalta o especialista, para quem o Brasil é um ator importante nos processos multilaterais sobre o clima.

Assim que anunciada a vitória de Jair Bolsonaro no segundo turno (no dia 28 de outubro), o Observatório do Clima, uma das ONGs mais importantes sobre ambiente, disse que fará cobranças pelo cumprimento das metas climáticas.

“Abandonar o tratado climático acarretaria em sérios problemas para os interesses econômicos e a imagem do país, que teve momentos de propagandismo na implementação do acordo; provou que era possível reduzir emissões pelo combate ao desmatamento e serviu de exemplo para a comunidade internacional – em 1992, o Brasil sediou a convenção Rio 92”, afirma o secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Ritt.

Qualquer nação que sair do acordo terá a relação com a França abalada. Em seu discurso na reunião da assembleia-geral da ONU, em setembro deste ano, o presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu a exclusão de acordos comerciais com países que deixassem o Acordo de Paris. Ao parabenizá-lo pela vitória na eleição, o presidente francês falou em “princípios democráticos” e que espera manter a cooperação bilateral no âmbito da “diplomacia ambiental”.

“Sair do pacto significa deixar de cooperar para a solução de problemas que envolvem o aquecimento global, que é uma questão mundial, e o Brasil passaria a ser visto como um problema não só para a França, mas para o mundo”, diz Carlos Rittl. Já o partido do presidente francês, A República em Marcha, chegou a dizer em uma rede social que Bolsonaro é cético em relação ao aquecimento global, homofóbico, sexista e racista.

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