Sexta-feira, 20 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 15 de junho de 2018
Um relatório referente ao inquérito do FBI contra Hillary Clinton revelou que funcionários da polícia federal dos Estados Unidos queriam impedir Donald Trump de chegar à Presidência. A informação é do jornal norte-americano The Washington Post, que obteve um documento de 500 páginas do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Segundo o veículo, o agente Peter Strzok, um dos que investigavam Hillary pelo uso de e-mails privados em comunicações oficiais no Departamento de Estado, trocou mensagens com a advogada do FBI Lisa Page para impedir a vitória de Trump. “Trump não virará presidente, certo?”, escreveu Page a Strzok.
“Não. Não se tornará. Nós o impediremos”, respondeu o agente, que também atua no “caso Rússia”. O mandatário dos EUA criticou duramente a postura do FBI contra Hillary, que acabou não sendo indiciada.
Na época, a polícia era comandada por James Comey, que viria a ser demitido por Trump. Segundo a “Associated Press”, que também teve acesso ao relatório da Justiça, Comey “não respeitou o protocolo, mas, ao mesmo tempo, não foi politicamente partidário”. Hoje o inquérito que apura supostas interferências da Rússia nas eleições é comandado por Robert Mueller, também antigo membro do FBI e criticado por Trump. Recentemente, o mandatário classificou a investigação como “inconstitucional”.
No entanto, o “Washington Post” ressalta que o documento é “significativamente pequeno para apoiar a alegação do presidente e seus aliados de que a investigação foi manipulada em favor de Clinton”.
Trump
Trump disse na sexta-feira que está errado o relatório de um inspetor-geral do Departamento de Justiça, que concluiu que não houve viés na maneira como o FBI conduziu a investigação sobre o caso dos e-mails da campanha de Hillary Clinton, afirmando que o relatório foi “totalmente tendencioso”.
“O resultado final está errado”, disse Trump em uma entrevista ao canal Fox News, acrescentando que o inspetor-geral “estragou tudo”.
Rússia
As conclusões do relatório não tem implicação direta em uma investigação especial do Departamento de Justiça sobre a suposta interferência russa nas eleições, e na possibilidade de que haveria uma colaboração entre a campanha de Trump e o governo de Moscou.
Trump, no entanto, tem usado as revelações sobre Strzok, que também trabalhou na investigação da Rússia, para semear dúvidas sobre a investigação. “Eles estavam tramando contra a minha eleição”, disse Trump na entrevista à Fox News, referindo-se à equipe do FBI.
A Rússia nega ter interferido nas eleições. Trump repete que não houve conluio ou qualquer tentativa dele em obstruir a investigação, e tem classificado a investigação do procurador-especial Robert Mueller de “caça às bruxas”.