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Por Redação O Sul | 19 de dezembro de 2018
A defesa do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), pediu o adiamento de seu depoimento no Ministério Público do Rio de Janeiro previsto para ocorrer nessa quarta-feira. De acordo com a promotoria, ele teve uma “inesperada crise de saúde” e “estava em atendimento médico de urgência, acompanhado de sua família”. Uma nova oitiva foi marcada para as 14h desta sexta-feira.
O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, já havia confirmado que o policial militar não havia comparecido ao depoimento. Queiroz era aguardado para esclarecer a movimentação de R$ 1,2 milhão em sua conta bancária entre janeiro de 2016 e janeiro do ano passado, considerada atípica pelo Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras).
Em nota, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou que os advogados de defesa de Queiroz comunicaram, no início da tarde, que não tiveram tempo hábil para analisar os autos da investigação e que o ex-assessor teve uma crise de saúde. Por isso, solicitaram o adiamento e o acesso à íntegra da investigação.
O Ministério Público do Rio de Janeiro apura a movimentação de 21 deputados e de seus assessores citados no relatório. A investigação está a cargo do Gaocrim (Grupo de Atribuição Originária Criminal) da Procuradoria-Geral de Justiça.
Explicações
A investigação sobre Flávio Bolsonaro irá para um promotor de primeira instância após a posse em fevereiro, já que o ato sob investigação foi praticado antes de tomar posse como senador. Na terça-feira, ao ser questionado pela imprensa, o parlamentar (que é filho do presidente eleito Jair Bolsonaro) afirmou que seu ex-assessor é quem deve explicações.
“A movimentação atípica é na conta dele. No meu gabinete todo mundo trabalha”, disse o filho de Jair Bolsonaro, antes da cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos no Rio de Janeiro.
O relatório do Coaf aponta uma sincronia entre as datas de pagamentos de salários na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), depósitos em espécie e saques de dinheiro-vivo na conta de Queiroz. A suspeita é de que o policial militar fosse o responsável por recolher parte dos salários de assessores do gabinete do deputado estadual – prática de alguns membros do Legislativo. Bolsonaro nega a hipótese.