Terça-feira, 30 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de abril de 2022
Passada a expectativa pelo sorteio, a seleção brasileira evitou grandes pedreiras na fase de grupos e precisa superar dois dos três adversários que encarou na Rússia para garantir a ida ao mata-mata da Copa do Mundo do Catar. Dada a tradição e o bom momento, com liderança do ranking Fifa, é difícil pensar num cenário com o Brasil fora da fase eliminatória, e as expectativas recaem sobre o desempenho geral na competição: seria a seleção de Tite capaz de superar as quartas de final, uma fase que se tornou um nêmesis na história recente da amarelinha?
A seleção brasileira não fica de fora da fase eliminatória há quase 60 anos (a última oportunidade foi na Copa de 1966, na Inglaterra) e alcançou pelo menos as semifinais em quatro das últimas dez edições do Mundial. Por outro lado, das eliminações nesse período, quatro foram nas quartas: 1986, 2006, 2010 e 2018.
Naturalmente, a fase é um degrau mais alto em relação às anteriores. É o primeiro momento em que se enfrentam apenas equipes que já passaram por confrontos eliminatórios. Também é a primeira vez em que seleções líderes de seus grupos — que obrigatoriamente enfrentam segundos colocados nas oitavas — se encontram diretamente.
Em duas das oportunidades em que deixou a Copa nas quartas, os brasileiros encararam líderes (Holanda em 2010 e Bélgica em 2018), enquanto nas outras duas, bateram de frente com a eterna rival França, que terminava em segundo (1986 e 2006, já campeã mundial).
Numa competição de tiro curto como a Copa do Mundo, é importante chegar em uma crescente em momentos de virada de chave, como as quartas. Tite, que viu sua equipe sofrer com irregularidade no Mundial da Rússia, há quatro anos, já projeta o cenário desejado.
“Consolidar e crescer dentro da competição é fundamental. Nós fizemos uma pressão muito grande porque empatamos na estreia. Depois da vitória contra o México, fomos fazer um jogo um pouco mais tranquilo. A equipe tem que iniciar bem, temos essa experiência de iniciar bem, ter um nível de desempenho para projetar e crescer ao longo da competição, até para enfrentar esses níveis que vão crescendo.”
Pelo sorteio, o Brasil tem dois caminhos até chegar lá. Classificando-se no grupo G, pode encarar Portugal ou Uruguai, favoritos às vagas nas oitavas no grupo H. Avançando às quartas, poderia bater de frente com adversários complicados como Espanha e Alemanha (grupo E) ou Bélgica (grupo F), de grupos que se chocam nas oitavas.
Ausências
Em comum nas histórias de eliminações de participações brasileiras com eliminações nas quartas estão as histórias de ausências de nomes importantes. Contratempo típico de Mundiais, mas que pode ser reduzido com a possibilidade de convocação de 26 jogadores no Qatar.
Em 2006, a seleção de Parreira perdeu o volante Emerson antes de encontrar os franceses, em partida em que um iluminado Zinedine Zidane dominou o meio. Já em 2010, na África do Sul, o Brasil perderia um importante Elano ainda na fase de grupos, contra a Costa do Marfim — jogo em que Kaká, outro destaque, também sentiu problema físico. Já na Copa da Rússia, o Brasil encarou a Bélgica sem Casemiro, suspenso.