Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de novembro de 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro a explicar o uso de um celular pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) durante uma visita ao ex-presidente na última sexta-feira (21).
Bolsonaro, na ocasião, estava em prisão domiciliar por decisão do próprio Moraes – agora ele está preso pela condenação por tentativa de golpe de Estado, que transitou em julgado (não cabem mais recursos) na terça (25).
Entre as regras impostas ao ex-presidente na prisão domiciliar estava a proibição de usar celular, bem como de acessar redes sociais ou enviar mensagens por meio de terceiros.
No dia da visita, imagens feitas pela TV Globo mostram Nikolas utilizando um aparelho celular na varanda, ao lado de Bolsonaro. O uso do dispositivo, ainda que pelo deputado, reacendeu dúvidas sobre o eventual descumprimento das restrições impostas ao ex-presidente.
Moraes quer que a defesa esclareça se houve compartilhamento do aparelho, se Bolsonaro teve acesso a mensagens ou se utilizou o celular indiretamente por meio do parlamentar.
“Em decisão de 11/11/2025, autorizei a visita do deputado federal Nikolas Ferreira ao réu Jair Messias Bolsonaro, então em cumprimento de prisão domiciliar, a ser realizada no dia 21/11/2025. Ressaltei, naquela ocasião, que todas as visitas deveriam observar as determinações legais e judiciais previamente estabelecidas”, escreveu Moraes na intimação desta quarta.
“Em reportagem exibida pelo Jornal Nacional, foi informado que, durante a visita autorizada, o réu e o parlamentar foram vistos conversando na área externa, nos fundos da residência, enquanto o deputado utilizava um telefone celular”, continuou o ministro.
Alimentação especial
Em outra frente, o ministro Alexandre de Moraes autorizou na terça-feira (25) que o ex-presidente Jair Bolsonaro receba alimentação especial na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde está preso.
Com a decisão, uma pessoa previamente cadastrada pela defesa poderá entregar a comida ao ex-presidente no horário que for estipulado pela corporação. O pedido de alimentação especial foi feito pelos advogados de Bolsonaro.
Moraes determinou que a Polícia Federal deverá fiscalizar e registrar os alimentos que forem levados ao ex-presidente. No mesmo dia, Bolsonaro teve a pena de 27 anos e três meses de prisão na ação penal da trama golpista executada pelo STF.
Com a declaração do trânsito em julgado, a prisão de Bolsonaro passou a ser definitiva, e não preventiva. No último sábado (22), ele foi preso preventivamente por tentar violar a tornozeleira eletrônica.
Desde 4 de agosto, o ex-presidente estava em prisão domiciliar, que foi decretada no inquérito sobre o tarifaço dos Estados Unidos contra as exportações brasileiras, outro processo em que ele é investigado.