Terça-feira, 09 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de setembro de 2025
O ministro também destacou a atuação das chamadas milícias digitais para descredibilizar as urnas eletrônicas
Foto: Reprodução de vídeoO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes voltou a apontar, nesta terça-feira (9), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como líder da organização criminosa que teria planejado uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.
“O réu Jair Messias Bolsonaro deu sequência a essa estratégia golpista estruturada pela organização criminosa, sob a sua liderança, para já colocar em dúvida o resultado das futuras eleições, sempre com a finalidade de obstruir o funcionamento da Justiça Eleitoral, atentar contra o Poder Judiciário e a garantir a manutenção do seu grupo político no poder, independentemente dos resultados das eleições”, declarou Moraes durante o julgamento de Bolsonaro e outros sete réus na Primeira Turma do STF.
O ministro também destacou a atuação das chamadas milícias digitais para descredibilizar as urnas eletrônicas e a Justiça Eleitoral. “Todas essas mentiras, criminosas, eram imediatamente, massivamente, disseminadas pelas milícias digitais”, afirmou Moraes sobre as lives de Bolsonaro contestando o sistema de votação brasileiro.
Moraes ainda falou sobre os discursos de Bolsonaro durante os atos de 7 de Setembro em 2022. “Todos se recordam de uma grande crise institucional quando o então presidente Bolsonaro, em seus discursos tanto em Brasília quanto na [Avenida] Paulista, em São Paulo, passou a fazer uma série de ameaças e que, a partir daquele momento, descumpriria ordens judiciais. E ainda instigou milhares de pessoas presentes contra o Poder Judiciário, contra o Supremo Tribunal Federal, contra os seus ministros.”
Ele lembrou que o ministro Luiz Fux, membro da Primeira Turma do STF, era o presidente da Corte na época, e que Bolsonaro chegou a ameaçar o funcionamento do Poder Judiciário.
“Qualquer pessoa decente e de boa-fé sabe que um líder político de alto cargo, instigando milhares de pessoas dessa forma, aumenta exponencialmente as agressões e ameaças ao STF, aos ministros e às suas famílias. Atitudes criminosas confessadas no dia 7 de Setembro”, prosseguiu Moraes.
Na sequência, o ministro chamou uma reunião ministerial ocorrida em 5 de julho de 2022 de “golpista”.